Caso Epstein: após e-mails, Trump ataca democratas e cobra investigação contra Clinton

Atualizado em 14 de novembro de 2025 às 19:29
Donald Trump, Jeffrey Epstein e Bill Clinton. Foto: Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a divulgação de novos e-mails relacionados ao caso do bilionário e abusador sexual Jeffrey Epstein e passou a atacar os democratas, pedindo inclusive uma investigação federal sobre o ex-presidente Bill Clinton.

Os documentos divulgados dois dias antes sugerem que Trump tinha conhecimento mais profundo do esquema de abuso e tráfico sexual operado por Epstein.

Trump acusou os democratas de “fabricarem uma farsa” e anunciou que ordenará à secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, e ao FBI que investiguem o “envolvimento e relacionamento” de Epstein com figuras influentes do Partido Democrata, incluindo Clinton e executivos ligados ao banco JPMorgan.

Na plataforma Truth Social, Trump afirmou que os e-mails foram divulgados por políticos que “estão fazendo tudo o que podem, com seu poder cada vez menor, para reacender a farsa sobre Epstein”.

Os e-mails indicam que Trump teria “passado horas” na casa de Epstein com uma vítima do esquema e que “sabia das meninas”, segundo mensagens escritas pelo próprio financista em 2011. As informações contrariam declarações do presidente, que minimiza sua proximidade com Epstein desde que o caso ganhou repercussão em julho.

Jeffrey Epstein e Donald Trump na propriedade Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida (EUA), em 1997. Foto: Getty Images

Pressão por divulgação integral dos arquivos sobre Epstein

As revelações aumentaram a pressão para que todos os documentos do Departamento de Justiça ligados a Epstein sejam tornados públicos. A Câmara votará na próxima semana um projeto para obrigar a divulgação total dos arquivos, após uma tentativa frustrada de Trump de fazer os republicanos barrar a medida.

O impasse ocorre no momento mais tenso sobre o caso desde 2019, quando Epstein foi encontrado morto em sua cela em Nova York. Democratas e parte dos republicanos defendem a liberação integral do dossiê.

Trump tenta redirecionar o foco, citando aliados democratas do criminoso sexual: Bill Clinton, Larry Summers, ex-secretário do Tesouro, e Reid Hoffman, fundador do LinkedIn. Ele também mencionou o JPMorgan, que pagou US$ 290 milhões para encerrar acusações de negligência enquanto Epstein era cliente. Todos negam qualquer envolvimento criminal.

“Este é mais um golpe da Rússia, Rússia, Rússia, com todas as evidências apontando para os democratas”, escreveu Trump. “Os registros mostram que esses homens, e muitos outros, passaram grande parte de suas vidas com Epstein e em sua ‘ilha’. Fiquem ligados!!!”

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Post de Trump na plataforma Truth Social. Foto: Reprodução

E-mail menciona Trump e suposta relação sexual com Bill Clinton

Entre as 20 mil páginas de documentos divulgados pela Câmara, um e-mail chamou atenção ao citar Trump “dando uma mamada em Bubba”, expressão usada por Mark Epstein, irmão do abusador sexual, em 2018. O termo viralizou, e usuários nas redes passaram a especular que “Bubba” seria o apelido de Bill Clinton.

No e-mail, Mark pede que Epstein pergunte a Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, se Vladimir Putin teria “as fotos de Trump fazendo sexo oral em Bubba”. Ele acrescenta: “Você e seu amigo Donnie podem fazer um remake do filme Get Hard”.

Ao ser contatado pelo portal “Newsweek”, Mark Epstein negou essa interpretação e afirmou que o indivíduo citado não era Clinton. Ele não forneceu detalhes adicionais sobre a identidade de “Bubba” nem sobre o contexto da troca de mensagens.