Conforme o DCM antecipou na série de reportagens sobre o helicoca, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais denunciou o deputado Gustavo Perrella por uso indevido de verbas da Assembleia Legislativa.
Segundo o MP, Gustavo usou dinheiro público para pagar o combustível de seu helicóptero em voos sem nenhuma relação com a atividade parlamentar, inclusive para festas.
É o mesmo helicóptero apreendido em Afonso Cláudio, no Espírito Santo, no dia 24 de novembro do ano passado, com 445 quilos de pasta base de cocaína.
Não, o combustível do voo da cocaína não foi bancado com dinheiro público.
Mas o promotor Eduardo Nepomuceno, um dos que assinam a ação por improbidade administrativa, acredita que o reembolso só não ocorreu por conta do flagrante policial.
“Cobrar da Assembleia pelo combustível do helicóptero era rotina no mandato deputado”, diz o promotor.
Em dez meses, Gustavo Perrella reembolsou R$ 14 mil por gastos com combustível.
O dinheiro da Assembleia bancou viagens do senador Zezé Perrella, pai de Gustavo, para Vitória e Rio de Janeiro, e de artistas para a fazenda da família.
Até a atriz Deborah Secco pegou carona no helicoca.
O Ministério Público pede à Justiça a cassação do mandato do deputado Gustavo Perrella e sua inelegibilidade por oito anos, além da devolução do montante.
Segundo o MP, não é valor que define a má conduta, mas a “direta violação do interesse público”.
O senador Zezé Perrella também usou verba da Assembleia em seus voos na época em que era deputado. Chegou a ir para a ressaca do Carnaval em Salvador, na Bahia.