Caso Marielle: Brazão pediu ajuda a Paes, Eduardo Cunha e presidente da Alerj antes de ser preso

Atualizado em 25 de maio de 2024 às 11:48
Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ, é suspeito de mandar matar a vereadora Marielle Franco. Foto: reprodução

A Polícia Federal encontrou mensagens no celular de Domingos Brazão, suspeito de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, em que mostram que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro buscou ajuda de diversos políticos um dia antes de ser preso.

A análise no celular do irmão de Chiquinho Brazão (ex-União Brasil) aconteceu no âmbito da Operação Murder Inc, e revelou que o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil) e o ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB) foram alguns dos políticos procurados.

Segundo o relatório da PF, Brazão disparou mensagens citando notícias do caso, embora Paes não tenha respondido. O conteúdo das conversas não foi detalhado, mas ressaltou-se que não houve evidências de tentativa de embaraçar as investigações.

“Para Bacellar, Eduardo Cunha e posteriormente para Chiquinho Brazão, Domingos também encaminha diversas notícias jornalísticas acerca do caso Marielle e Anderson. Não é possível extrair de tais recortes eventual tentativa de embaraçar as investigações em andamento naquele momento”, diz um trecho do relatório emitido pela PF. O documento foi assinado pelo delegado Guilherme de Paula Catramby.

Além disso, dois dias antes da prisão, Brazão teria procurado o delegado Giniton Lages, primeiro responsável pela investigação do caso Marielle. Giniton também é suspeito de envolvimento na trama, e a PF destacou que ele foi procurado por um delegado intermediário de Domingos para uma conversa urgente.

Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados em 2018. Foto: reprodução

“Chamou a atenção da equipe de investigação que o delegado Giniton Lages, também alvo de medidas cautelares em seu desfavor, relatou à equipe projetada que tinha sido procurado, nesse período, por um delegado de Polícia Civil intermediário de Domingos para falarem com urgência, o que teria sido repelido, conforme recorte do Relatório Compilado das Atividades outrora apresentado”, escreveu a PF no relatório.

No mesmo dia da prisão, Brazão organizou um almoço com o ex-assessor Robson Calixto, também suspeito no caso, e o advogado Rodrigo Lopes Lourenço, em Niterói (RJ). Essa reunião é apontada como o momento em que Brazão enviou as mensagens aos políticos. Porém, o celular de Brazão apresentou dificuldades para recuperação de conteúdo.

Na posse de Domingos, a PF também encontrou arquivos de delações premiadas em um HD externo apreendido em sua casa. Entre os documentos encontrados no HD, estavam os termos de declarações de delações sigilosas do ex-presidente do TCE Jonas Lopes Filho e de seu filho, Jonas Lopes Neto. Ambos implicaram Brazão em um esquema de corrupção que foi alvo da Operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro.

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