Caso Marielle e os bois-de-piranha da Globo. Por Gustavo Gollo

Atualizado em 16 de junho de 2018 às 11:12
Marielle Franco foi assassinada no Rio, em março (Arquivo/Guilherme Cunha/Alerj)

POR GUSTAVO GOLLO

Após longo e respeitoso silêncio dos meios de comunicação poupando os veneráveis assassinos de Marielle, tratados com espantosa deferência pelo poder público, pouco mais de um mês atrás, a globo inventou um boi-de-piranha para ajudar a encobrir o caso lançando uma cortina de fumaça sobre o caso.
A fake news divulgada pela Globo consiste em um relato de suposta testemunha – palavra sempre utilizada para se referir a ela. A testemunha teria presenciado, desde um ano atrás, junho de 2017, conversas entre milicianos que estariam planejando o crime. Um detalhe agora esquecido da tal denúncia é que, além dos nomes dos supostos planejadores do crime, a testemunha revelou também o nome dos 4 executores que estariam no carro dos assassinos durante o assassinato.
Aparentemente o relato não tem pé nem cabeça, razão pela qual nunca é esmiuçado, mas sempre alardeado com espalhafato mas sem conteúdo informativo. Mesmo assim, os delatados transformaram-se nos protagonistas das referências ao caso.
Segundo o relato, 2 dos 4 executores denunciados pela “testemunha” (o que, exatamente, teria testemunhado ela?) seriam policiais, o que torna seus nomes impronunciáveis, impossibilitando a divulgação dos nomes dos supostos executores, revelando-se apenas os dos acusados de planejamento.
Tudo indica, no entanto, tratar-se de uma fake news inventada pela Globo, de uma cortina de fumaça criada para disfarçar a deferência atribuída por ela aos ilustríssimos assassinos, os verdadeiros, encobertos pela invencionice. A tal denúncia existe, mas é vã, sem consistência; fosse ela exposta em detalhes, sua suspeição ficaria evidente.