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Caso Marielle: Moro não foi apenas omisso, mas cúmplice ao sentar em cima da investigação

Sergio Moro lavou as mãos no caso Marille

POR EDWARD MAGRO

Hoje, um marco significativo foi alcançado nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Três importantes figuras foram presas: o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o delegado da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, este último nomeado chefe da Polícia Civil pelo então interventor federal, general Braga Netto.

As prisões não apenas destacam a determinação das autoridades que hoje conduzem a solução do crime, mas também ressaltam a complexidade e a extensão das investigações em curso.

Mas, para além disso, esses eventos também levantam questões sobre o papel desempenhado por figuras proeminentes no governo anterior e a necessidade premente de revisão crítica dos procedimentos anteriores.

Em particular, as detenções renovam o foco na atuação do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro durante seu mandato. Enquanto ocupava uma das posições mais altas no sistema de segurança nacional, Moro não avançou na resolução deste emblemático crime. Sua gestão foi marcada por uma série de controvérsias e alegações de negligência e possível manipulação política.

Um exemplo de omissão é o caso do porteiro do condomínio Vivendas da Barra, que foi erroneamente envolvido na investigação sem provas substanciais, levantando sérias questões sobre a integridade do andamento da apuração.

“O Moro, em relação ao caso Marielle, nunca se envolveu como ministro, ele nunca quis saber. A partir do momento que esbarrou em familiares, pessoas próximas (a Bolsonaro) por conta do depoimento do porteiro, ele tentou federalizar o crime. Nem mesmo auxiliar a Polícia Civil, que deveria ser o seu papel. Nada impede essa ajuda. Ele nunca fez isso, ele nunca recebeu a família da Marielle. Quando foi para defender o presidente, houve interesse, inclusive tentando ouvir o porteiro”, disse Marcelo Freixo, inimigo público número 1 das milícias, ao Uol.

Embora as prisões representem um passo crucial em direção à conclusão desse caso, também servem como um lembrete contundente de que a justiça deve ser aplicada integralmente, sem deixar impunes aqueles que, por ação ou omissão, se associaram aos responsáveis pelo crime.

Este é um momento crucial para a sociedade brasileira, que deve exigir transparência, responsabilização e um compromisso inabalável com a busca pela verdade e pela justiça, não apenas no caso de Marielle Franco e Anderson Gomes, mas em todas as esferas da vida pública.

Diario do Centro do Mundo

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