A Polícia Federal solicitará ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para iniciar um inquérito sobre lavagem de dinheiro envolvendo os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Os dois estão sob custódia por suspeita de envolvimento na morte da vereadora do PSOL, Marielle Franco.
Durante a investigação do assassinato de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes, a PF descobriu que uma das empresas de administração imobiliária de Domingos Brazão, a Superplan, possui pelo menos 87 imóveis na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Esses imóveis têm preços subestimados em documentos com indícios de grilagem de terra. Os valores registrados nas escrituras somam R$ 25 milhões, mas o valor de mercado é certamente maior. Chiquinho Brazão, por sua vez, usa outra empresa, a 3X, com mais sete imóveis identificados até agora.
Além dos imóveis, os irmãos são ligados a pelo menos 25 postos de gasolina no estado do Rio. A suspeita é de que usassem essas transações imobiliárias e a receita dos postos para lavar dinheiro, possivelmente de corrupção.
A corporação descobriu evidências de que Domingos fotografou uma escritura em nome da Superplan, empresa da qual ele é sócio com a esposa. Essa foto levou os investigadores a encontrar escrituras de terrenos que seriam valorizados com uma lei aprovada na Câmara de Vereadores, contra a qual Marielle trabalhou antes de ser assassinada.
Esses terrenos, com mais de 20 mil metros quadrados, foram registrados após a aprovação da lei e sugerem grilagem. A descoberta dos documentos fortaleceu a denúncia apresentada ao STF e corroborou a delação de Ronnie Lessa, que confessou o assassinato da vereadora e de Anderson.
Segundo Lessa, os Brazão foram os que mandaram matar Marielle. A PGR afirma que a política acusou Chiquinho de propor a lei para facilitar a exploração econômica de regiões dominadas por milícias. A briga com o PSOL aumentou o descontentamento dos irmãos Brazão.
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