Caso Marielle: PF levou 5 anos para ver crime em mensagens de policial indiciado

Atualizado em 1 de abril de 2024 às 9:09
A vereadora Marielle Franco. (Foto: Reprodução)

Após cinco anos, a Polícia Federal (PF) mudou sua interpretação em relação às mensagens trocadas entre um policial da Divisão de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro e uma testemunha no caso Marielle Franco.

O policial Marco Antônio de Barros Pinto, conhecido como Marquinho DH, foi indiciado pela PF sob suspeita de obstruir as investigações, com base nessas mensagens. Em 2019, a corporação não viu crime nessas comunicações.

O delegado Leandro Almada, atual Superintendente da PF no Rio, que presidiu a investigação em 2019, assinou o relatório enviado ao STF sobre o caso Marielle. A PF afirmou que o relatório de 2019 já apontava irregularidades de Marquinho DH, mas a interpretação mudou quando a PF entrou oficialmente na apuração do homicídio.

As mensagens também foram usadas para reforçar as suspeitas sobre Rivaldo Barbosa, então chefe de Polícia Civil, e Giniton Lages, então diretor da DH, no relatório enviado ao STF. Ambos foram detidos recentemente sob suspeita de envolvimento na morte de Marielle.

Depoimento de Lessa

A mudança na interpretação ocorreu em razão das informações da delação premiada de Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do crime.

Ronnie Lessa. (Foto: Reprodução)

O relatório indica que Marquinho DH teve participação direta na infiltração da testemunha Ferreirinha no inquérito para atrapalhar as investigações.

Além das mensagens, Marquinho DH é citado no episódio do sumiço do celular apreendido com um investigado. Giniton, por sua vez, ainda tem suspeitas relacionadas à colheita e análise das imagens, enquanto Rivaldo é citado por Lessa em sua delação como alguém que iria desviar o foco da apuração.

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