O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, foi preso na manhã deste domingo (24) durante uma operação da Polícia Federal (PF) relacionada à morte da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, bem como de seu motorista Anderson Gomes.
Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão também foram detidos pelo suposto envolvimento na morte de Marielle. Os nomes teriam vindo à tona com a delação do executor do crime, o ex-policial militar Ronnie Lessa. Eles foram levados para a superintendência da PF no Rio e devem ser transferidos para o Distrito Federal ainda neste domingo.
Até o momento, as evidências apontam para uma possível conexão com a expansão territorial de milícias no Rio de Janeiro. A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública
Quem é Rivaldo Barbosa?
Rivado Barbosa é o delegado e ex-chefe da Polícia Civil do Rio, que foi associado pela PF a um suposto recebimento de R$ 400 mil em propinas para impedir avanços na investigação sobre o assassinato de Marielle e Anderson.
Ele foi citado numa troca de mensagens entre o vereador Marcello Sicilliano e o miliciano Jorge Alberto Moreth, durante a qual é dito que o delegado recebeu dinheiro de suborno. A conversa telefônica ocorreu em fevereiro de 2019 e o arquivo foi encontrado no celular de Sicilliano por agentes federais.
Moreth afirmou que Rivaldo Barbosa recebeu dois pagamentos de R$ 200 mil cada, por meio de um inspetor da DH da Capital do Rio identificado como “Marcos”.
“Isso aí, é o Rivaldo Barbosa, é ele que levou quatrocentos cruzeiros, chefe. Foi quatrocentos cruzeiro, pô, tô te falando! Na hora que eles viram que ia babar, que o bagulho deu muita repercussão, o troço falhou, o troço ficou cara para caralho! Porque, chefe, quem rodar neste bagulho de Marielle vai para Catanduvas [presídio federal no Paraná] e vai ser esquecido, meu irmão! Porra, tô te falando, papo reto. Entendeu?”, diz um trecho da conversa.
Na época, Rivaldo negou que ter recebido a propina. “Não há nada disso”, afirmou Barbosa, ao telefone. “Trabalhei muito na DH [Delegacia de Homicídios] e nunca recebi nada de ninguém”
Vale destacar que não é a primeira vez que o delegado é citado como envolvido em esquema de propina para abafar o Caso Marielle.
Em depoimentos ao MPF (Ministério Público Federal) e PF, o miliciano Orlando Curicica afirmou que o delegado e outros agentes recebiam dinheiro da contravenção e de milicianos para arquivar inquéritos de homicídios cometidos pelo grupo de matadores de aluguel conhecido como Escritório do Crime.
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