Caso Master está no STF por envolver autoridade com foro privilegiado, diz diretor da PF

Atualizado em 15 de dezembro de 2025 às 19:54
Andrei Rodrigues, diretor da Polícia Federal. Reprodução


O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, confirmou nesta segunda-feira (15) que a investigação sobre supostas fraudes envolvendo o Banco Master alcançou uma autoridade com direito a foro especial no Supremo Tribunal Federal (STF). Diante desse achado, a apuração foi interrompida e encaminhada à Corte.

Segundo Rodrigues, o procedimento adotado segue a prática institucional da PF em casos que envolvem possível prerrogativa de foro. Ele afirmou que, ao surgirem indícios desse tipo, as investigações são suspensas e remetidas ao tribunal competente para evitar nulidades processuais.

O ministro Dias Toffoli determinou que o caso tramite no STF. De acordo com o diretor da PF, todas as medidas relacionadas ao inquérito passam, a partir desse momento, a depender de autorização do Supremo.

Rodrigues afirmou que a paralisação para definição do foro não trouxe atraso relevante às apurações. Segundo ele, o intervalo foi curto e os trabalhos foram retomados após a decisão sobre a competência do caso.

O ministro Dias Toffoli, do STF, relator do caso Banco Master. Reprodução

O diretor da PF não informou quem é a autoridade que motivou o envio do inquérito ao STF. A identidade não foi mencionada durante a conversa com jornalistas em Brasília.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informou que, durante diligências da investigação, a PF apreendeu em um endereço ligado ao controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, um envelope com o nome do deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA). No material, havia documentos relacionados a um negócio imobiliário.

Bacelar declarou que atuou na constituição de um fundo para um empreendimento em Trancoso, no município de Porto Seguro, na Bahia, e que, por esse motivo, foi procurado por Vorcaro. O parlamentar afirmou que sua participação se limitou a essa atividade.

Na última sexta-feira (12), o ministro Dias Toffoli determinou que a CPI do INSS não tivesse acesso a dados decorrentes da quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático de Daniel Vorcaro. A decisão foi tomada após o envio do caso ao STF.

Outro nome citado em reportagens é o do ministro Alexandre de Moraes. Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, o escritório de advocacia no qual atua sua esposa, Viviane de Moraes, firmou contrato com o Banco Master no valor de R$ 129 milhões para a prestação de serviços jurídicos.

Durante a mesma conversa, Andrei Rodrigues negou qualquer interferência política na atuação da Polícia Federal. Ele afirmou manter diálogo institucional com representantes dos Três Poderes e disse que a PF segue trabalhando com autonomia e responsabilidade.