Por que o caso Pazuello é uma ameaça a qualquer projeto de retomada democrática. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 26 de agosto de 2021 às 10:16

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Pazuello

Por Luis Felipe Miguel

O Ministério Público Militar livrou a cara de Pazuello e do comandante da Aeronáutica, em procedimentos sumários, sem investigação.

Eles foram denunciados por participar de atos políticos, o que é vedado a militares da ativa. Pazuello subiu no palanque com o genocida, no Rio de Janeiro, após o famoso passeio mussoliniano de maio. Já o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior é um ativo propagador do ódio e das mentiras bolsonaristas nas redes sociais.

O MPM entendeu que Pazuello no palanque e o brigadeiro no Twitter não estão representando oficialmente as Forças Armadas. Por isso, não caberia punição.
Ora, o veto à militância política dos militares da ativa não se limita às atividades oficiais. Até porque o homem que está no quartel e o que está no palanque ou nas redes sociais não são duas pessoas diferentes.

Não é como se fosse “o médico e o monstro”. Em geral é só o monstro, mesmo.

A impunidade do ativismo militar de extrema-direita é um combustível importante da crise e uma ameaça a qualquer projeto de retomada democrática no Brasil.

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Namorada de Pazuello deu despesas de mais de R$ 50 mil ao Ministério da Saúde

A namorada do ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello deu uma despesa de mais de R$ 50 mil à pasta entre 2020 e este ano. As informações são da Folha.

Laura Appi, que é primeira-tenente, além de infectologista e diretora de Programa na Secretaria de Atenção Primária do ministério, recebeu R$ 29.538,72 em pagamentos de viagens e diárias.

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Mas este não foi o único gasto dela. Appi também fez a pasta desembolsar outros R$ 24.497,52 com passagens e diárias, totalizando R$ 54.036,24.

O que chama a atenção é a justificativa. A namorada de Pazuello usou o dinheiro, segundo consta no Portal da Transparência, para acompanhar o general em viagens.