Cassado, Eduardo Bolsonaro teme passaporte bloqueado e avalia saída como “apátrida”

Atualizado em 21 de dezembro de 2025 às 7:40
Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: EFE/ Joédson Alves

Eduardo Bolsonaro afirmou que pode recorrer a um “passaporte de apátrida” para permanecer nos Estados Unidos após perder o mandato de deputado federal. Em entrevista ao SBT News, o ex-parlamentar disse ter sido informado de que não poderá renovar o passaporte comum e que deverá devolver o diplomático dentro de “30 ou 60 dias”. Segundo ele, isso seria consequência de uma ação para “minar seu trabalho”.

“Fiquei sabendo que há uma ordem para que eu não possa ter o passaporte comum”, declarou. “Assim sendo, tenho que devolver o meu passaporte diplomático. Vou ficar sem passaporte brasileiro em mais uma tentativa de Alexandre Moraes de minar o meu trabalho.” O documento, emitido em 2023, tinha validade até julho de 2027, mas já aparece como inválido no site da Câmara.

O ex-deputado afirmou ainda que a perda do documento não impediria viagens. “Tenho outros meios para fazê-lo. Ou quem sabe até correr atrás de um passaporte de apátrida. Vamos ver como é que isso acontece”, disse. Eduardo Bolsonaro também afirmou que sua atuação internacional continuará, mesmo sem mandato. “As pessoas não me recebem porque tenho diploma, mas porque gasto do meu bolso para rodar o mundo”, declarou.

Ele comentou também a escolha de Flávio Bolsonaro como possível candidato da família à Presidência em 2026. “De maneira nenhuma fiquei triste. Trabalhei para a escolha do nome do Flávio, que é um nome viável”, afirmou. Segundo ele, o irmão já conversa com figuras do centro político e do mercado financeiro.

Eduardo disse que pretende contribuir com a frente internacional da eventual campanha. “Contatos com o mundo árabe, Israel, os Estados Unidos, El Salvador”, afirmou. Ele destacou que, apesar de não ter ido recentemente a Washington, mantém articulações por WhatsApp e redes sociais.

O ex-deputado negou que tenha atuado para que os Estados Unidos aplicassem tarifas ao Brasil. “Não fiz lobby. Nunca trabalhei por tarifas ao Brasil”, disse. Ele atribuiu a decisão ao presidente Donald Trump. “Certamente ele fez isso pelo melhor interesse dos americanos. Tenho muita gratidão por ele ter prestado atenção na situação emergencial do Brasil”, completou.

Passaporte de apátrida

O passaporte de apátrida é um documento de viagem concedido a pessoas que não têm nacionalidade reconhecida por nenhum país. Ele é emitido por Estados que são signatários da Convenção de 1954 sobre o Estatuto dos Apátridas, da Organização das Nações Unidas, e não equivale a cidadania.

O documento permite a identificação internacional e a realização de viagens, mas seu uso depende de vistos e da aceitação do país de destino. A concessão ocorre após o reconhecimento formal da condição de apátrida pelas autoridades nacionais, seguindo critérios legais e administrativos definidos por cada país.