
Único entre os oito réus do núcleo central da trama golpista a iniciar o cumprimento da pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, Anderson Torres ficará em cela individual, com direito a visitas regulares, acesso à leitura e possibilidade de atividades físicas. Com informações do G1.
Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro, ele foi condenado definitivamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos de prisão.
Torres assumiu a Secretaria de Segurança do Distrito Federal dias antes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e, por ter chefiado forças de segurança, tem direito legal a uma Sala de Estado-Maior.
O ministro Alexandre de Moraes determinou que ele inicie a pena em uma dessas salas, instaladas no 19º Batalhão da Polícia Militar do DF — a chamada “Papudinha”, prédio militar localizado ao lado das unidades principais da Papuda.
Rumores recentes indicavam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderia cumprir pena na Papudinha, mas Moraes decidiu mantê-lo na Superintendência da Polícia Federal, onde já se encontrava em prisão preventiva após tentar violar a tornozeleira eletrônica.
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Estrutura da Papudinha
O Núcleo de Custódia da Polícia Militar abriga militares estaduais que mantêm vínculo com a corporação, detentos militares aguardando sentença que possa resultar na perda do cargo e civis que têm direito à Sala de Estado-Maior — como advogados inscritos na OAB e autoridades, caso de Torres.
O edifício tem capacidade para 60 presos e, no início de novembro, abrigava 52 internos. O batalhão conta com oito alojamentos coletivos, equipados com banheiro, cozinha, lavanderia, quarto e sala.
As instalações passaram por reforma em 2020 e, segundo a PM, as celas “são ventiladas e passam por higienização diária”. Torres, porém, não ficará em alojamento coletivo, mas em cela individual.
Todos os detentos podem receber itens de higiene, limpeza e roupas definidos pela administração penitenciária, além de ter acesso a televisores e ventiladores conforme as regras da unidade.
Visitas, leitura e rotina de atividades
De acordo com a Polícia Militar, o 19º BPM oferece “condições adequadas, seguras e humanizadas de custódia, em conformidade com a Lei de Execução Penal”. O espaço dispõe de área de esportes e pista de caminhada exclusivas para os internos.
Os presos têm direito a visitas duas vezes por semana, seguindo calendário comum a toda a Papudinha. “A visita íntima segue as regras da execução penal”, informa a PM. Há também atendimento médico periódico, com consultório próprio, além de cardápio diferenciado para quem ocupa Sala de Estado-Maior.
Os internos podem usar leitura e trabalho para reduzir parte da pena. A Capelania da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros atua diariamente no local, oferecendo “apoio espiritual e orientação”. Segundo a PM, “o tratamento é humanizado e preserva a integridade física, moral e psicológica dos internos”.



