Na quarta-feira (4), a influenciadora digital e advogada Deolane Bezerra foi presa durante a operação “Integration”, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco. A investigação aponta a existência de uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais.
A operação, que começou em abril de 2023, resultou na emissão de 19 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em várias cidades, incluindo Recife, Barueri (SP) e Cascavel (PR). Além da prisão de Deolane, bens de luxo como helicópteros, imóveis e carros foram apreendidos.
Após sua prisão, Deolane foi levada para a Colônia Penal Feminina do Recife, conhecida como Bom Pastor. A penitenciária está localizada na Zona Oeste do Recife e é voltada para presas provisórias. A advogada foi colocada em uma cela reservada por questões de segurança.
Colônia Penitenciária Bom Pastor
Inaugurada em 1945, a Colônia Penal é uma das mais antigas do sistema prisional pernambucano e já foi considerada um modelo em boas práticas para o atendimento às mulheres, de acordo com um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
No entanto, a realidade atual do presídio é marcada pela superlotação. O Bom Pastor, que originalmente oferece 285 vagas, abriga atualmente mais de 500 detentas, o que representa uma taxa de ocupação de 190%. As detentas estão divididas em três pavilhões e 45 celas, o que sobrecarrega a infraestrutura da unidade.
Apesar dessas condições, a penitenciária é considerada referência por oferecer programas de ressocialização, como trabalhos voltados para mães presas. A unidade é fiscalizada periodicamente por órgãos como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que, em 2014, registrou as condições do local.
Vale ressaltar que, além de Deolane, sua mãe, Solange Alves Bezerra Santos, também foi presa durante a operação. Ambas estão sob investigação por participação em esquemas de jogos ilegais e movimentações financeiras suspeitas.
Operação Integration
A operação “Integration” também levou ao bloqueio de ativos financeiros e ao sequestro de diversos bens de luxo, entre eles helicópteros, joias, imóveis e carros de luxo. As investigações revelaram que a organização movimentou cerca de R$ 3 bilhões em um período de quatro anos. A prisão de Deolane e os detalhes da operação foram amplamente divulgados, chamando a atenção da mídia.
Além das prisões, outras medidas cautelares foram decretadas, como a entrega de passaportes e a suspensão do porte de armas dos envolvidos. A defesa de Deolane ainda não se pronunciou oficialmente sobre as acusações que pesam contra ela e sua família.