Celso Amorim: “Se militares quisessem dar golpe, teriam ido muito além”

Atualizado em 19 de janeiro de 2023 às 17:16
Ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Foto: Reprodução

O chefe da assessoria especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, disse que ‘não acha que os militares estavam planejando um golpe militar’. Segundo o ex-chanceler, se as Forças Armadas quisessem derrubar o governo “teriam ido muito além”.

A declaração foi dada nesta quinta-feira (19) durante entrevista ao programa Hard Talk, da BBC.

Ao ser questionado se os atos terroristas do dia 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe, Amorim responde que sim, mas nega que a ação tenha sido planejada pelos militares. “Sim, mas depende de quem você esteja falando. Eu pessoalmente não acho que os militares (…) estavam planejando um golpe militar, porque se eles tivessem feito isso eles teriam ido muito além.”

O ex-ministro das Relações Exteriores diz, inclusive, que os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acreditavam que o que estavam fazendo era um golpe, mas não aconteceu. “Provavelmente contavam com algo desse tipo [um golpe], mas isso não aconteceu. No fim das contas, não houve ação militar”, diz Amorim.

“Acho que vivemos em uma situação que não é simples, mas acho que vamos conseguir lidar com eles [militares]. E eu acho que vamos com o tempo retomar a confiança completa nas nossas Forças Armadas”, acrescenta.

Ainda na entrevista, o assessor especial disse que agora se sente seguro diante das medidas adotadas pelo presidente para garantir a ordem e a segurança. “Pessoalmente, eu me sinto bastante seguro agora. Eu não acho que nada vai acontecer agora ou nos próximos dias”, disse.

Amorim também falou sobre uma possível extradição de Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, e afirmou que “é claro que extradição é algo que se pode tentar”, mas que seria cedo para especular sobre isso, já que o ex-presidente sequer foi indiciado.

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