
O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, disse nesta terça-feira (10) que é importante “cessar-fogo” no conflito entre Israel e o Hamas. Em entrevista ao Globo, o auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que prolongar os ataques pode fazer com que o conflito se alastre “de maneira muito perigosa”.
“A posição do Brasil está dada. Obviamente condenamos os ataques, condenamos ataques contra civis. Achamos que o importante no momento é trabalhar por um cessar-fogo. Sem isso, não terá fim, [o conflito] se alastrará de maneira muito perigosa”, afirmou. “É um conflito histórico, achamos importante que haja uma solução que contemple dois Estados, dentro de fronteiras seguras e economicamente viáveis. E isso já está nas resoluções internacionais”.
O embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou na segunda-feira (9) que espera que o país, como presidente rotativo no momento do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), lidere uma dura condenação internacional ao Hamas.
Segundo o ex-chanceler, as posições distintas dos membros do Conselho tornam as negociações mais complicadas. “Acho que o Brasil tem que trabalhar intensamente no Conselho de Segurança e tenho certeza que estão fazendo isso”, disse.

“O presidente tem interesse e já falou que o Brasil tem que ter uma atuação intensa e tentar ao máximo. A gente sabe que não é fácil pois as posições são distintas, existe o direito de veto [dos membros permanentes do Conselho], o que torna as coisas mais complicadas. Não é só chegar, fazer votação e resolver”, completou o auxiliar de Lula.
Amorim afirmou ainda que não se pode ter a “ilusão” de que um conflito histórico será resolvido “em um dia ou em duas semanas”, mas que é importante não perder de vista “o horizonte da paz”.
“[O Brasil vai] Tentar trabalhar pelo cessar-fogo. A paz definitiva vai levar mais tempo, é muito difícil, mas a gente não pode perder de vista o horizonte da paz, porque senão sempre voltamos à essa situação. Mas também não se pode ter a ilusão de que se vai conseguir isso em um dia, em duas semanas, o que não se conseguiu em sete décadas”, declarou.
“Tem que ser o cessar-fogo de parte a parte, acabar com ataques aos civis, assegurar o trânsito das pessoas que querem deixar o local que estão. São coisas importantes”, finalizou Amorim.