Vou repetir: o inimigo número 1 do governo Bolsonaro, hoje, é o ministro Celso de Mello, do STF.
Legalista, respeitado pelos colegas, o decano se aposenta em novembro e virou alvo de militares e das milícias virtuais.
Celso é relator do inquérito 4.831, que investiga as declarações do ex-ministro da Justiça sobre o presidente Jair Bolsonaro.
No vídeo da reunião do conselho de ministros do dia 22 de abril, Bolsonaro defendeu trocas no comando da Polícia Federal do Rio para evitar que familiares e amigos seus fossem “prejudicados”.
Segundo fontes relataram aos jornais, Bolsonaro falou que precisava “saber das coisas” e que investigações em andamento não poderiam “prejudicar a minha família” nem “meus amigos”.
O vídeo é devastador, de acordo com testemunhas.
“Não é para ser divulgado”, disse Bolsonaro hoje numa coletiva breve. “A fita era para ser destruída. Não sei por que não foi”.
Há uma guerra de versões — ou narrativas — em curso.
A melhor maneira de proteger a verdade é liberar tudo.
Celso destacou que decidirá em breve sobre a exposição total ou parcial das cenas.
O Brasil merece ver isso.
Celso de Mello não tem motivo para manter esse vídeo escondido da população.
Democracia exige transparência e coragem.