Celso de Mello deve liberar na íntegra o vídeo da reunião de Bolsonaro. É a única coisa certa a fazer

Atualizado em 18 de maio de 2020 às 18:44
Jair Bolsonaro e Sergio Moro (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Vou repetir: o inimigo número 1 do governo Bolsonaro, hoje, é o ministro Celso de Mello, do STF.

Legalista, respeitado pelos colegas, o decano se aposenta em novembro e virou alvo de militares e das milícias virtuais.

Celso é relator do inquérito 4.831, que investiga as declarações do ex-ministro da Justiça sobre o presidente Jair Bolsonaro.

No vídeo da reunião do conselho de ministros do dia 22 de abril, Bolsonaro defendeu trocas no comando da Polícia Federal do Rio para evitar que familiares e amigos seus fossem “prejudicados”.

Segundo fontes relataram aos jornais, Bolsonaro falou que precisava “saber das coisas” e que investigações em andamento não poderiam “prejudicar a minha família” nem “meus amigos”.

O vídeo é devastador, de acordo com testemunhas.

“Não é para ser divulgado”, disse Bolsonaro hoje numa coletiva breve. “A fita era para ser destruída. Não sei por que não foi”.

Há uma guerra de versões — ou narrativas — em curso.

A melhor maneira de proteger a verdade é liberar tudo.

Celso destacou que decidirá em breve sobre a exposição total ou parcial das cenas.

O Brasil merece ver isso.

Celso de Mello não tem motivo para manter esse vídeo escondido da população.

Democracia exige transparência e coragem.