Cenas do novo normal do Brasil: “Dá para ser feliz desempregado e com boletos a pagar”, diz psicóloga

Atualizado em 4 de dezembro de 2017 às 9:48
Dá para ser feliz

Maria Tereza Maldonado, mestre em psicologia e autora de 40 livros, deu a entrevista mais picareta dos últimos anos à Gazeta Online, do Espírito Santo.

Ela está lançando “Construindo a felicidade — A ciência de ser feliz aplicada no dia a dia” e jura que “dá para ser feliz desempregado e com boletos a pagar”.

É o novo normal brasileiro.

Só não é a notícia mais estapafúrdia porque o mesmo jornal conta que um tubarão morreu sufocado ao tentar engolir um peixe porco-espinho e um gambá ficou bêbado ao invadir uma loja e tomar uma garrafa de bourbon.

Dá para ser feliz em situações bem adversas? Como, por exemplo, estando desempregado(a) e com muitos boletos a pagar?

Sim. Fazendo uma construção interior de que problemas são a oportunidade de se descobrir novos recursos internos. Desempregados descobrem novos talentos nesse momento. Existe o crescimento pós-traumático.

Felicidade, então, não é a ausência de problemas?

De jeito nenhum. Felicidade é estarmos bem interiormente para lidar com eles. Há várias maneiras de construir a felicidade. A menos duradoura é através da euforia, quando se consegue ou se ganha algo. Isso é passageiro. Se for ligada ao consumo, então, dá uma insatisfação permanente.

A senhora entrevistou 190 pessoas para o livro. Descobriu o que traz felicidade?

Não é prestígio profissional, status ou dinheiro, mas construir bons relacionamentos (com filhos, amigos, etc), o que dá a alegria de estar vinculado. Descobrir o sentido da sua vida, viver com propósito, se dedicar a uma causa também é construir felicidade serena. Pessoas que levam uma vida mais simples, em contato com natureza, alcançam uma felicidade mais perene.