Censo revela lugares do Brasil onde não há moradores; veja

Atualizado em 2 de fevereiro de 2024 às 12:52
Agentes do Censo, do IBGE, durante visita. Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

O Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fornece, pela primeira vez, coordenadas geográficas detalhadas de todos os endereços visitados pelas equipes de recenseadores. Com dados coletados em 111,1 milhões de endereços, o censo revela a distribuição dos 203,1 milhões de habitantes do Brasil até o fim de 2022.

O Sudeste se destaca como a região mais densamente povoada, contrastando com áreas desocupadas concentradas no Norte, especialmente no oeste de Roraima e em grande parte do Amazonas, conforme as informações divulgadas nesta sexta-feira (2).

O detalhamento geográfico proporcionado pelas coordenadas representa um avanço em relação às grades estatísticas utilizadas anteriormente. Enquanto as grades podiam visualizar grupos de domicílios, as coordenadas possibilitam diferenciar cada endereço de uma rua.

Gráfico mostra áreas sem residências. Fonte na imagem

Além disso, a relação entre o número de estabelecimentos e moradores de uma cidade pode ser analisada. São José do Ribamar (MA) apresenta a menor presença de estabelecimentos de saúde do país, com 1 endereço desse tipo para cada grupo de 3.176 habitantes.

As informações geográficas não apenas respondem a questionamentos sobre a distribuição precisa da população brasileira, mas também servem de base para políticas públicas. O cruzamento desses dados revela curiosidades, como 18 cidades em 2022 que tinham mais domicílios do que habitantes, destacando locais turísticos como Matinhos (PR) e Mangaratiba (RJ).

Os dados do censo não têm relação direta com os cadastros dos ministérios da Saúde ou da Educação, sendo classificados pelo IBGE de acordo com critérios próprios. Eduardo Luís Teixeira Baptista, gerente do Cadastro de Endereços do IBGE, destacou, em entrevista à Folha de S.Paulo, que esses microdados “permitem a análise a um nível muito detalhado”, como a identificação de domicílios de áreas de risco em São Sebastião (SP) após um temporal.

A Vila Sahy, por exemplo, foi a área mais atingida pelo desastre natural, onde 64 pessoas morreram, segundo o mapeamento da Companhia de Recursos Minerais (CPRM), entidade vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

Segundo o IBGE, esses dados indicam que 144 casas estão em áreas de médio risco e outras 199 residências em risco alto. O estudo também identifica a quantidade de domicílios próximos aos serviços públicos como estações de metrô, escolas e hospitais.

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