
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos, tem feito movimentos que vem gerando irritação no Centrão. Ele rejeita um projeto alternativo à anistia e vem atacando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto parlamentares tenta costurar um acordo com membros da Corte.
Eduardo também tem insistido na sua intenção de assumir a presidência caso seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, não se lance em 2026. Segundo a revista Veja, o Centrão deve pular fora do barco se a ideia do parlamentar for mantida.
Partidos do bloco já consideram Bolsonaro fora do jogo em 2026 e trabalham para fortalecer uma candidatura de direita. Porém, muitos caciques políticos duvidam de Eduardo, principalmente pela sua situação jurídica, já que ele é indiciado por coação da Justiça.
Para eles, uma “campanha virtual” não tem futuro, e há grande ceticismo quanto à viabilidade de Eduardo obter um registro de candidatura por procuração. Dentro desse cenário, líderes políticos ressaltam que, caso a família Bolsonaro não apoie o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o projeto da oposição para 2026 será comprometido.
Tarcísio é visto como o nome mais forte para ganhar a eleição, mas, em meio a ataques de membros da família Bolsonaro, o governador tem afirmado que seu foco está em sua reeleição, não em uma candidatura presidencial.

A crise dentro do campo oposicionista é clara, com disputas internas enfraquecendo o projeto político para 2026. Bolsonaro, inelegível e condenado a 27 anos de prisão, busca criar um herdeiro político, com a expectativa de obter um indulto em 2027.
A preferência dos partidos centristas é por Tarcísio, mas a falta de apoio sólido da família Bolsonaro deixa o cenário instável. O Centrão, que tem sido aliado de Bolsonaro, deixa claro que não entrará em um projeto eleitoral apenas para manter o legado político da família.
Se Eduardo persistir em sua candidatura, isso pode afastar Tarcísio e forçar o Centrão a apoiar outra figura política. Nesse caso, o nome que surge como alternativa é Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná.
Ele figura bem nas pesquisas, com 32% das intenções de voto em um eventual segundo turno contra Lula, e tem se distanciado da polarização política. O governador foca suas ações em ampliar apoio e vem acelerando encontros com representantes da Faria Lima, além de planejar sua campanha com um marqueteiro.