Centrão avalia que Eduardo Bolsonaro divide a direita e favorece Lula

Atualizado em 23 de setembro de 2025 às 23:49
deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com expressão pensativa, sério, no canto direito de foto
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – Reprodução

Líderes do Centrão que apoiaram Jair Bolsonaro (PL) avaliam que a possível candidatura do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em 2026 pode dividir a direita e favorecer a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A análise é de que a fragmentação do campo conservador abriria caminho para uma vitória de Lula ainda no primeiro turno. Com informações da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.

Segundo dirigentes ouvidos, Eduardo teria como objetivo principal herdar a base eleitoral do pai e se posicionar para 2030. Eles apontam que a manutenção de seu nome no pleito mesmo diante de dificuldades judiciais teria a função de evitar que os votos bolsonaristas migrem para outros nomes, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).

A avaliação desses líderes é de que Eduardo sabe das barreiras no Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar deve enfrentar condenações relacionadas a acusações de tentativa de coação contra magistrados da Corte, o que poderia inviabilizar sua candidatura já em 2026.

Apesar do cenário desfavorável, interlocutores acreditam que Eduardo manterá a candidatura até o limite dos recursos jurídicos possíveis. O cálculo seria menos sobre vencer em 2026 e mais sobre manter relevância política, projetando-se como herdeiro do capital eleitoral bolsonarista para o futuro.

Fontes do Centrão afirmam ainda que Eduardo pretende disputar a Presidência mesmo sem o apoio direto de Jair Bolsonaro. Em alguns cenários, a candidatura poderia ocorrer até contra um nome indicado pelo ex-presidente, reforçando a divisão no campo conservador.

O deputado também tem dito a aliados que políticos do Centrão tentam convencer Jair Bolsonaro a apoiar um candidato “de fora da política tradicional” para herdar os votos bolsonaristas. Nesse contexto, Eduardo se posiciona como guardião do legado do pai, resistindo a qualquer articulação que desvie o eleitorado para outros nomes da direita.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.