Centrão pressiona Bolsonaro a indicar sucessor de fora do clã antes de ir para a cadeia

Atualizado em 14 de setembro de 2025 às 8:15
O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

O Centrão, segundo informações do Globo, estaria pressionando Jair Bolsonaro (PL) a indicar um sucessor de fora da família antes de sua transferência para o regime fechado.

Condenado a 27 anos e três meses de prisão, o ex-presidente ainda mantém peso político, mas aliados avaliam que a direita precisa de um nome competitivo para enfrentar o presidente Lula (PT) em 2026.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é o preferido de lideranças do Centrão, como Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (União Brasil). Com o fim do julgamento, cresceu a articulação para que Bolsonaro apoie Tarcísio como candidato da direita. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também deve conversar com o ex-presidente para antecipar um acordo. Outros governadores, como Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Junior (PSD), buscam espaço como alternativas.

A defesa do ex-presidente pediu ao STF autorização para visitas frequentes de parlamentares, mas a Corte permitiu apenas encontros agendados. Flávio Bolsonaro sustenta que “todos que colocaram seu nome para 2026 são legítimos, mas precisam do apoio de Bolsonaro e sabem disso”. O senador ainda afirma que, se houver democracia, o pai seguirá como principal nome da direita.

Enquanto isso, Tarcísio se movimenta em Brasília em busca de apoio para a anistia, tema central para o bolsonarismo.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) – Foto: Foto: Célio Messias/Governo de SP

O governador tenta reuniões com Davi Alcolumbre e Hugo Motta, mas encontra resistência nas negociações.

Em público, Tarcísio nega candidatura à Presidência e diz que pretende disputar apenas a reeleição em São Paulo, embora aliados enxerguem suas articulações como sinal de fidelidade ao ex-presidente.

Dentro do bolsonarismo, há divisões sobre o alcance da anistia. PP e União Brasil aceitam discutir o tema, mas rejeitam incluir a inelegibilidade de Bolsonaro, imposta pela Justiça Eleitoral. Para esses partidos, a proposta deve se restringir às condenações ligadas ao 8 de janeiro. Já o PL insiste em um perdão mais amplo.

O governo Lula, por sua vez, atua para barrar o avanço do projeto no Congresso.

Gleisi Hoffmann pediu empenho de ministros ligados ao Centrão para conter a proposta e busca alinhar a base em torno da pauta econômica, como a ampliação da isenção do Imposto de Renda.