Centrão trata queda de Paulo Guedes como certa. “Cai antes da gasolina”

Atualizado em 28 de agosto de 2021 às 10:20
Paulo Guedes de máscara com a cabeça baixa
Paulo Guedes está por um fio. Foto: Agência Brasil.

Paulo Guedes, o Posto Ipiranga de Jair Bolsonaro, vai cair. A afirmação é de um nome importante do Centrão e a queda já é dada como certa. “Não se trata de se, mas de quando”, revelou uma fonte com exclusividade ao DCM.

O ministro da Economia é uma espécie de menina dos olhos de Bolsonaro e o ajudou a se eleger. Mas para manter a metáfora, o Centrão, que hoje comanda o governo, trata Guedes como uma espécie de conjuntivite. A interpretação é que apenas um aceno forte de mudanças nos rumos da economia pode salvar o navio de afunda.

O problema não são apenas as declarações infelizes, embora elas sejam muitas. Recentemente, o ministro disse que não se pode chorar por novo aumento da conta de luz. As tantas frases infelizes o fizeram ser comparado a Caco Antibes, icônico personagem de Sai de Baixo.

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Paulo Guedes e o inferno astral

Não é que o Centrão queira somente mais ministérios, e ele quer, mas a Economia virou objetivo por culpa de Guedes. Ao menos é isso que dizem os políticos nos corredores de Brasília. E o próprio Ciro Nogueira, representante do grupo no Governo, já trabalha pela queda do ministro.

Isso porque, além das declarações, há um problema maior: a inflação. E não se fala obrigatoriamente da inflação oficial, mas a do dia-a-dia, sentida no bolso dos brasileiros. O Centrão entende que é impossível manter um governo com esses preços no mercado. Do gás de cozinha ao feijão, tudo vem alta de preço e não há viés de baixa.

O que segura Paulo Guedes?

Uma fonte do DCM no Planalto afirmou que Guedes já teria caído há, pelo menos dois meses, não fosse um fator. A única coisa que vem segurando o ministro da Economia é o presidente Bolsonaro. E não é por simpatia, já que ele também está decepcionado com o pífio desempenho de seu posto ipiranga.

Bolsonaro considera que Paulo Guedes tem dois grupos de apoiadores que podem se incomodar com a queda do ministro. O primeiro é formado por membros do mercado financeiro, que tem verdadeira paixão por Guedes. O segundo e muito mais pesado comporta os radicais do bolsonarismo, capazes de defendê-lo até a morte.

Mesmo assim, ninguém aposta que Guedes chegará ao fim do governo. A brincadeira, inclusive, é de que o ministro cai primeiro que o preço da gasolina.