
Integrantes do Centrão têm ameaçado isolar a candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência após sua declaração de que só desistiria caso seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, fosse libertado. A atitude do senador gerou descontentamento entre seus aliados, que preferem o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O Centrão rejeita a pressão por anistia aos presos pelo ataque às sedes dos Poderes em 8 de janeiro de 2023. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que a Casa votará um projeto que propõe a redução das penas dos envolvidos, sem a anistia total reivindicada pelos bolsonaristas.
Flávio causou desconforto dentro do Centrão, e até entre aliados, ao afirmar que sua retirada da pré-candidatura só ocorreria se seu pai fosse libertado. Segundo esses parlamentares, a exigência poderia até mobilizar a base bolsonarista, mas não teria força suficiente para alterar o clima no Congresso. Pelo contrário, poderia até atrapalhar suas pretensões eleitorais.
O Centrão considera que, ao longo das próximas semanas, a candidatura de Flávio será esvaziada, especialmente com a divulgação de pesquisas que mostram a maior viabilidade eleitoral de Tarcísio.
De acordo com os políticos, a candidatura só diminuiria as chances de um nome único e prejudicaria a unidade do grupo. Por isso, a previsão é de que não seja necessário nenhum gesto agora para aprovar a anistia e demover o senador de sua candidatura.

Pesquisa Datafolha divulgada no sábado (6) aponta que o presidente Lula venceria Flávio Bolsonaro por 15 pontos no segundo turno, enquanto Tarcísio teria uma desvantagem de 5 pontos. Apesar disso, integrantes do Centrão não descartam o apoio ao filho do ex-presidente, mas afirmam que sua candidatura é vista com ceticismo devido à rejeição popular ao nome Bolsonaro, que prejudica sua capacidade de aglutinar eleitores moderados.
Flávio enfrenta resistência não só do Centrão, mas também de sua própria base política, onde o apoio a Tarcísio é mais forte. A estratégia pode enfraquecer as chances de vitória do bolsonarismo em 2026, o que impulsiona a busca por um candidato mais viável, como o governador de São Paulo.
Em relação à anistia, o relator do PL da Dosimetria, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), reafirmou que o projeto não prevê perdão total, apenas redução de penas. A proposta de anistia foi descartada por ele, que apontou que sua proposta é apenas para “redução de penas”.