Cessar-fogo: Exército de Israel se prepara para retirar tropas de Gaza

Atualizado em 9 de outubro de 2025 às 8:02
Soldados do Exército de Israel ao sul da Faixa de Gaza. Foto: Reprodução

O Exército de Israel anunciou nesta quinta-feira (9) que está se preparando para retirar suas tropas da Faixa de Gaza, após o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que prevê a libertação de reféns e prisioneiros, conforme informações da agência AFP.

O pacto marca a primeira fase do plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e é visto como um possível ponto de virada na guerra que já dura dois anos.

Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (IDF) declararam: “As Forças de Defesa de Israel (IDF) iniciaram preparativos operacionais para a implementação do acordo. Como parte desse processo, estão em andamento preparativos e um protocolo de combate para a transição a linhas de implantação ajustadas em breve.”

Detalhes do acordo

O plano de cessar-fogo prevê a libertação de cerca de 20 reféns que ainda permanecem sob custódia do Hamas, em troca da libertação de prisioneiros palestinos detidos por Israel. A proposta também contempla a retirada parcial das tropas israelenses do território e a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

O acordo foi confirmado por autoridades israelenses e palestinas, além de diplomatas que participaram das negociações no balneário egípcio de Sharm El-Sheikh. Segundo Trump, essa é apenas a primeira fase de um plano de paz mais amplo, que busca encerrar o conflito e estabilizar a região.

Apoio internacional ao cessar-fogo

O Kremlin saudou o anúncio do acordo, mas destacou a importância de acompanhar como ele será implementado.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou à agência Interfax: “Certamente apoiamos esses esforços. Não pode deixar de causar satisfação geral o fato de que um cessar-fogo em Gaza já esteja sendo estabelecido. Todos esses esforços são bem-vindos. Esperamos que as assinaturas sejam entregues hoje e, em seguida, ações sejam tomadas para implementar os acordos alcançados.”

Na segunda-feira, o presidente russo Vladimir Putin e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu discutiram por telefone o plano de Trump e a situação no Oriente Médio.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que o plano “é a melhor solução que temos sobre a mesa” e “traz esperança”, embora ressalte que menciona a “criação de um Estado” de forma vaga e sem referência específica à Cisjordânia.

Os Emirados Árabes Unidos também manifestaram apoio ao acordo de cessar-fogo e pediram que todas as partes cumpram os termos estabelecidos. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do país afirmou que acolhe a iniciativa e conclamou a comunidade internacional a garantir o cumprimento das obrigações previstas na primeira fase do plano.