
Nesta terça-feira (29), a chacina ocorrida na comunidade carioca de Vigário Geral, responsável pela morte de 21 pessoas, completa 30 anos.
O crime ocorreu um dia após o assassinato de quatro policiais, no dia 28 de agosto de 1993. Os quatro agentes foram assassinados em uma emboscada na Praça Catolé do Rocha, em Vigário Geral. De acordo com as investigações, o crime foi ordenado por traficantes. A chacina dos moradores da comunidade, mais tarde, teria ocorrido como resposta à morte dos policiais.
O soldado Luis Mendonça e o cabo Irapuã Calixto morreram dentro de uma viatura. O sargento Ailton Santos e o soldado José Carlos de Santana correram e tentaram se proteger atrás de um carro. Dentro do veículo, estavam um homem e uma adolescente de 15 anos que ficou ferida no tiroteio. Foram disparados mais de 30 tiros com pistolas, metralhadoras e fuzis.
De acordo com a PM, os agentes foram atraídos para o local por meio de uma denúncia anônima para um posto policial.
Após a morte dos agentes, no dia 29 de agosto, mais de 30 homens encapuzados entraram na comunidade divididos em grupos e abriram fogo contra várias pessoas nas ruas.
A primeira parada foi em um bar onde estavam o dono e oito clientes. Segundo testemunhas, os homens chegaram, se apresentaram como policiais e pediram os documentos. Quando eles começaram a se identificar, um deles soltou uma bomba, que abriu um buraco no chão.
Em seguida, o dono e os frequentadores do bar foram encurralados com tiros. As paredes ficaram cravadas de marcas de disparos. Sete homens morreram e dois acabaram ficando feridos.

Depois de saírem do bar, os assassinos foram para uma casa, do outro lado da rua, arrombaram a porta e entraram atirando. Nestas ações, os policiais mataram oito pessoas da mesma família: dois homens e seis mulheres.
Em seguida, os criminosos espalharam o terror pelas ruas da comunidade.
A morte dos moradores fez com que o Brasil fosse levado ao banco dos réus na Organização dos Estados Americanos (OEA) por violação dos Direitos Humanos.
Ao todo, 52 PM’s foram denunciados em dois processos relativos aos crimes. Em ambos, sete pessoas foram condenadas.
As famílias das vítimas do crime, atualmente, recebem uma pensão administrativa de três salários mínimos mensais numa tentativa de reparação ao ocorrido.
Um monumento será inaugurado na praça da comunidade nesta terça, em homenagem às vítimas da tragédia. Os nomes e profissões dos mortos na ação violenta serão colocados em uma placa na frente da construção.