Chacina no Rio “freia” aumento na aprovação do governo Lula, diz Quaest; veja os números

Atualizado em 12 de novembro de 2025 às 7:57
Lula, presidente do Brasil. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A nova pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (12), mostra que a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perdeu fôlego após meses de leve recuperação. Segundo o levantamento, 50% dos brasileiros desaprovam o governo, enquanto 47% o aprovam. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Desde julho, a aprovação vinha oscilando positivamente, enquanto a desaprovação recuava. Agora, o cenário se inverteu: a aprovação caiu um ponto e a desaprovação subiu na mesma proporção. Para a Quaest, o resultado reflete o impacto da crise na segurança pública e a repercussão da megaoperação policial no Rio de Janeiro.

De acordo com o diretor da Quaest, Felipe Nunes, o tema interrompeu a tendência de melhora do governo. “Se o tarifaço mudou a trajetória da aprovação a favor do Lula, a pauta da segurança pública interrompeu a lua de mel tardia do governo com o eleitorado independente” afirmou. Nesse grupo, a desaprovação oscilou quatro pontos para cima, chegando a 52%, enquanto a aprovação caiu para 43%.

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A pesquisa também revela que, pela segunda vez consecutiva, aprovação e desaprovação estão tecnicamente empatadas. Em outubro, a diferença entre os dois índices era de apenas um ponto; agora, subiu para três. O levantamento mostra que, entre fevereiro e setembro, a desaprovação era consistentemente maior, atingindo 57% em maio, contra 40% de aprovação.

Entre os eleitores por faixa de renda, Lula perdeu apoio entre os que recebem acima de cinco salários mínimos: 56% desaprovam o governo, ante 42% que aprovam. Em outubro, havia empate técnico.

Entre os que ganham de dois a cinco salários, o cenário também piorou — a desaprovação subiu para 53% e a aprovação caiu para 45%. Já entre os mais pobres, com renda até dois salários, a aprovação se mantém maior, com 55%, frente a 40% de desaprovação.

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A queda também foi observada entre as mulheres, que agora se dividem entre 51% de aprovação e 46% de reprovação — antes, a aprovação era superior. Entre os católicos, houve empate técnico (50% a 47%), e entre os evangélicos, Lula continua com rejeição mais alta, de 58%, embora a diferença tenha diminuído.

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A Quaest ouviu 2.004 pessoas entre os dias 6 e 9 de novembro, a pedido da Genial Investimentos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa também avaliou a percepção sobre temas recentes, como a megaoperação policial no Rio e o encontro de Lula com o presidente estadunidense Donald Trump.

Segundo os dados, 67% dos entrevistados aprovam a operação nos complexos da Penha e do Alemão, enquanto 57% discordam da fala de Lula de que a ação foi “desastrosa”. A preocupação com a violência subiu de 30% para 38%, tornando-se uma das maiores desde o início do mandato.

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Já sobre a política externa, 45% dos brasileiros disseram que Lula saiu “mais forte” após o encontro com Trump. Entre os beneficiários do Bolsa Família, a aprovação do governo permanece alta, em 65%, com 32% de desaprovação.

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A Quaest ainda registrou leve piora na avaliação geral do governo: 31% o classificam como positivo (eram 33% em setembro), 38% como negativo (eram 37%) e 28% como regular (eram 27%). A estabilidade dos números indica que, embora o governo mantenha apoio sólido entre os eleitores mais pobres, enfrenta dificuldades para reconquistar o eleitorado de classe média e o público independente.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.