
Esses são os temas dos editoriais dos jornalões nesta quinta-feira, no primeiro dia depois da chacina, em que poderiam refletir com calma sobre o que aconteceu:
O Globo
“Operação policial no Rio foi resultado de planejamento”
(O foco está na pretensa “racionalidade” e nos métodos que explicariam a “operação”, defendida pelo jornal.)

Folha
“Gasto público desordenado afeta acesso a livros didáticos”
(No meio da matança, volta a história do arcabouço, com o pretexto da defesa da educação.)

Estadão
“Castro reafirma o fracasso de um modelo de segurança que há décadas transforma o Rio em praça de guerra”
(A pauta central não é a crítica à chacina, mas ao modelo de segurança, sempre com o clichê da guerra ao tráfico.)

A conclusão mais elementar, dois dias depois da matança, é esta: os jornalões não querem ficar mal com seu público, cada vez mais reacionário e conectado ao bolsonarismo. Mas há algo mais, como veremos no final deste texto.
E assumem essa postura de adesão à matança, mesmo que todos os jornais informem — porque saiu da boca de Cláudio Castro — que quase todos os assassinados foram atraídos para a mata onde aconteceria a chacina planejada.
E, para não deixar dúvidas, as manchetes da Folha e do Estadão tentam justificar o massacre com informações sobre as crueldades do Comando Vermelho. Sem nenhuma novidade.
O jornalismo das corporações faz hoje o que vem fazendo há muito tempo: submete-se ao comando verde-amarelo dos justiceiros em cargos públicos.
Como fez no golpe contra Dilma e na caçada lavajatista que encarcerou Lula por 580 dias. A matança do Rio coloca os jornalões na campanha da direita para 2026.
Globo, Folha e Estadão aderem à turma de governadores que já manifestaram apoio a Castro. Os de sempre: Caiado, Zema, Leite, Jorginho Mello e outros que devem ir ao Rio hoje (Tarcísio ainda estaria em cima do muro).
A direita tem a pauta da matança para tentar ressuscitar, com o apoio da mídia golpista.

