Chamado de “ditador” por Bolsonaro, Fachin rejeita investigação sobre orçamento secreto do governo

O presidente do Tribunal sequer considerou enviar o pedido do senador ao MP Eleitoral

Atualizado em 12 de julho de 2022 às 13:25
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Presidente do Tribunal Superior Eleitoral Edson Fachin
Foto: Reprodução

O pedido apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) para que a Corte investigue a influência causada pelo orçamento secreto nas eleições de outubro, foi negado pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin.

Segundo o senador, apesar da determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) de dar transparência aos gastos, isso não elimina o ”risco irreparável de abuso de poder eleitoral na sua aplicação”. Entretanto, Fachin respondeu dizendo que a fiscalização das emendas é um trabalho do Congresso Nacional, e disse que não cabia a Renan apresentar essa ação, já que a Lei das Eleições só autoriza partidos, coligações, candidatos e o MP (Ministério Público) a propor esse tipo de apuração.

Como o Estadão conta, o presidente do Tribunal sequer considerou enviar o pedido do senador ao MP Eleitoral, mas toda essa situação também é camuflada por outro motivo, Fachin está tentando evitar outro conflito maior com o Palácio Planalto, como foi feito pelo presidente do STF, Luiz Fux, mês passado.

Ainda na última segunda-feira, Bolsonaro chegou a chamar Fachin de “o ditador do Brasil” a apoiadores, um dia após o assassinato a tiros do dirigente do PT por policial bolsonarista. “O Fachin falou que não tem mais conversa com as Forças Armadas. Eu acho que ele já se intitulou o ditador do Brasil. Estou achando há muito tempo. Quem age dessa maneira não tem qualquer compromisso com a democracia.”, afirmou.

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