Chefe da polícia legislativa que agrediu jornalistas desmente Motta e diz que ordem partiu dele

Atualizado em 10 de dezembro de 2025 às 15:47
Marcelo Guedes de Resende, diretor da Polícia Legislativa: agressão a jornalistas

Após a pancadaria no Salão Verde da Câmara, que resultou em agressões a jornalistas, o policial legislativo Marcelo Guedes de Resende desmentiu a versão oficial do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Em resposta à repercussão negativa, Motta havia negado, através de sua assessoria, ter dado a ordem para a retirada forçada dos profissionais de imprensa durante o protesto de Glauber Braga (PSOL-RJ), que ocupou a cadeira da presidência da Casa.

No entanto, o policial, chefe do Departamento de Polícia Legislativa Federal, confirmou que as ordens partiram diretamente da presidência.

Resende foi filmado por várias emissoras e por celulares de presentes empurrando e atacando jornalistas que estavam no local. As imagens das agressões, que se espalharam rapidamente nas redes sociais e nos telejornais, mostraram a violência contra repórteres e cinegrafistas que cobriam o ato.

O incidente aconteceu na terça-feira (9), quando Glauber Braga, em protesto contra a condução dos trabalhos por Hugo Motta, se sentou na cadeira da presidência da Câmara. O ato gerou um grande tumulto, e a segurança foi chamada para retirar o parlamentar.

Profissionais de imprensa, que se aglomeravam na saída do plenário, foram empurrados, agredidos com pontapés e socos enquanto os agentes abriam caminho para Glauber se dirigir ao lugar onde concederia entrevista.

“Precisava disso? Precisava dessa violência? Só pedi o mínimo: que me tratassem com o mesmo respeito que tiveram com aqueles que sequestraram a Mesa da Câmara por 48 horas”, declarou Glauber, criticando o tratamento desigual com relação aos golpistas.

Davi Nogueira
Davi tem 25 anos, é editor e repórter do DCM, pesquisador do Datafolha e bacharel em sociologia pela FESPSP, além de guitarrista nas horas vagas.