Arthur Lira saiu do armário.
Nem faz questão de dissimular como o antecessor na presidência da Câmara, Rodrigo Maia.
Além de chamar para si a tarefa de avançar com a pauta de desmonte do governo no Congresso, com reformas e privatizações, ganhou apelido de “primeiro-ministro” de Jair ao afirmar que a CPI da Covid “foi um erro” e “não vai trazer efeito algum”.
Defende que Bolsonaro não foi responsável pelo atraso da vacina e atacou o impeachment – há mais de 115 pedidos contra o genocida na Câmara.
“Não há circunstâncias” para a abertura neste momento, diz.
“Não sou eu que faço o impeachment. Você quer dizer que o presidente Bolsonaro não tem voto na Câmara para segurar um pedido de impeachment? O que estão querendo? Que eu desorganize o país, que eu comece uma conflagração de 122 votos que querem contra 347 que não querem?”
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Sobre a CPI da Covid, diz que a guerra está no meio.
“Como vai apurar crime de guerra no meio da guerra? No combate à pandemia, não tem receita de bolo pronta. A CPI polarizou politicamente e não vai trazer efeito algum, a não ser que pegue alguma coisa”.
Questionado se 500 mil vítimas do descaso não seriam motivo para o afastamento, diz:
“499 mil seriam. 501 mil seriam. Uma seria. A questão é sobre se tem. Tem? Ou é uma parte que está pedindo? Vai resolver o quê? É o Mourão que vai resolver? O que é que vamos fazer com o impeachment?”
Fala que nenhum pedido vai prosperar “enquanto a economia tiver em crescimento”.
E ainda tira casquinha de Rodrigo Maia.
Era “claramente de oposição a Bolsonaro, teve 67 pedidos de impeachment na gaveta. Pautou um? Por quê?”.
Bolsonaro acertou quando apoiou Lira para a presidência da Câmara: não podia encontrar um parceiro melhor.
Os eleitores já perceberam. Tanto que estão chamando Lira de cúmplice do genocídio.