Chefe de operações da PM estava de folga em hotel fazenda durante atos terroristas

Atualizado em 7 de fevereiro de 2023 às 13:51
O ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto
Foto: Reprodução

O coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), foi preso na manhã desta terça-feira (7), durante a 5ª fase da Operação Lesa Pátria. No dia 8 de janeiro, enquanto terroristas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiam as sedes dos Três Poderes, em Brasília, o militar estava de folga em um hotel fazenda.

O ex-comandante da PM foi exonerado pelo ex-interventor federal, o secretário-executivo Ricardo Cappelli, no dia 10 de janeiro, dois dias após os ataques. A defesa de Naime, durante uma entrevista em janeiro, confirmou que Naime estava no hotel no domingo em que ocorreram os atos.

Barreto era responsável por planejar operações especiais de segurança, como intervenções em eventos e manifestações na capital federal, por exemplo. O agente era comandante de Operações da Polícia Militar (PM) no dia dos atos terroristas. 

Às vésperas dos ataques, o militar havia feito um pedido de folga do trabalho e estava fora da capital federal no momento do incidente, precisando ser chamado às pressas para conter os invasores. Mas, como visto, não teve resultados contra os invasores.

A solicitação de folga do coronel foi feita no dia 3 de janeiro. Em seu pedido, o oficial demandava a dispensa até 8 de janeiro, o dia das invasões. A aprovação do pedido foi assinada no dia 5 pelo gabinete do ex-comandante-geral da PMDF, o delegado Fábio Augusto Vieira. O ex-comandante foi exonerado preso por suspeita de omissão, mas teve a prisão revogada.

Por meio de uma nota oficial, a defesa do coronel disse que Naime, apesar da ausência, agiu conforme a lei, realizando as prisões ao alcance. “O avanço das investigações demonstrará a inocência do Coronel, que há 30 anos presta serviços relevantes à população do Distrito Federal”, informaram os advogados.

Além de Naime, outros três policiais também foram presos na operação. Os investigados respondem pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

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