Chegamos aos 300 mil, o céu é o limite e o inferno já está aqui. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 27 de março de 2021 às 9:39
Jair Bolsonaro. | Photo: AFP

Publicado originalmente no Facebook do autor:

Por Luis Felipe Miguel

Chegamos aos 300 mil, mas a verdade é que os números não querem dizer mais nada.

Chegamos aos 300 mil sabendo que os 400 mil estão ali na esquina.

Depois os 500 mil, e assim por diante. O céu é o limite – e o inferno já está aqui.

A preocupação principal do governo é impedir que o presidente seja chamado de genocida. Só isso dá um indício de como é sem fundo o buraco em que nos metemos.

Bolsonaro continua como sempre esteve. Pressionado, dá um aceno fingido para a racionalidade, mas no minuto seguinte volta atrás.

Mente, sem parar. Parece o suficiente para agradar sua base fiel.

A notícia de hoje é que, incomodado com as críticas a Ernesto Araújo, um dos responsáveis pela catástrofe por sua política de isolamento absoluto do Brasil, Bolsonaro decidiu que vai mantê-lo no cargo.

É claro – bater o pé que nem um machinho contrariado é mais importante do que salvar vidas.

Nos Estados Unidos, que estão vacinando em massa, o número de novos casos de Covid caiu cerca de 90% do início do ano para cá.

Já nós continuamos com a curva ascendente, batendo nos 100 mil novos registros diários.

Não era para ser assim. Embora um país pobre, o Brasil sempre teve os recursos e a expertise para garantir a vacinação de toda a sua população.

Poderíamos estar caminhando para o fim desse pesadelo, em vez de nos afundando cada vez mais nele.

Mas temos um criminoso na presidência, colocado lá por um consórcio de criminosos.

E mantido no cargo porque, não só para Bolsonaro, mas para milhões de brasileiros, incluída aí a maior parte da nossa elite econômica, política, judiciária e militar, a vida humana não é um valor digno de nota.

Triste Brasil.