Chicão Caminhoneiro: quem é o bolsonarista por trás da nova paralisação

Atualizado em 3 de dezembro de 2025 às 15:07
Chicão (de boné) ao lado de advogados ao chegar na Presidência. Foto: Reprodução

Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro, voltou a virar notícia ao anunciar uma paralisação dos caminhoneiros marcada para quinta (4). Ele afirmou que o movimento busca melhorias para a categoria e que esteve no Palácio do Planalto para protocolar o anúncio da mobilização.

Chicão tem 55 anos, nasceu em Canoinhas (SC) e se descreve como motorista particular. Ele é uma figura conhecida entre os caminhoneiros desde 2021, quando passou a se apresentar como líder da categoria e chegou a defender que os movimentos fossem “apartidários”.

Líder da União Brasileira dos Caminhoneiros, Chicão já participou de disputas eleitorais: foi candidato a deputado federal pelo PTB em 2022 e, em 2024, concorreu a vice-prefeito de Canoinhas pelo Democracia Cristã (DC).

O líder também mantém relação próxima com o ex-desembargador Sebastião Coelho, pré-candidato ao Senado pelo Novo. Ambos já haviam divulgado vídeos defendendo novas paralisações, como em agosto deste ano, quando anunciaram um possível movimento que acabou não ocorrendo. Nesta semana, estiveram juntos em Brasília durante o protocolo do documento sobre a greve.

Segundo Chicão, a paralisação tem como objetivo pressionar por aposentadoria especial, mudanças no Marco Regulatório do Transporte de Cargas e estabilidade contratual da categoria. Ele afirmou que o ato será amparado juridicamente e disse: “Estaremos protocolando o movimento para trazermos a legalidade jurídica dessa ação que vamos iniciar a partir do dia 4 de dezembro”.

Em outro trecho, Chicão aparece ao lado de Sebastião Coelho, que oferece suporte jurídico ao grupo. O caminhoneiro reforça que o movimento não deve impedir o direito de ir e vir. “Temos que respeitar toda a legislação no sentido de permitir o livre trânsito das pessoas”, afirmou. Ele disse ainda que conversou com outros líderes da categoria sobre a mobilização.

Após protocolar o documento na Presidência da República, o grupo não realizou novos atos públicos. A movimentação segue apenas nos vídeos divulgados por Chicão, que tenta dar caráter formal e legal à paralisação. Ele insiste que o movimento não tem “caráter político ligado a qualquer ideologia partidária”.

Chicão também tenta se consolidar como referência nacional entre caminhoneiros, mesmo após derrotas eleitorais consecutivas. Sua articulação mais recente ocorre em um cenário menos inflamado do que o de 2018, quando membros do setor fecharam diversas rodovias contra o aumento dos combustíveis.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.