China acusa EUA de hipocrisia e desinformação sobre liberdade de expressão

Atualizado em 15 de março de 2024 às 22:13
Xi Jinping presidente da China. Foto: Divulgação

Nesta quinta-feira (14), a China divulgou um relatório no qual denuncia a interferência dos Estados Unidos e classifica como hipócrita a abordagem de Washington em relação à liberdade de expressão dentro e fora do país.

O relatório foi lançado no mesmo dia em que a agência Reuters publicou uma matéria sobre a aprovação de operações de difamação pela CIA (agência de inteligência americana) na China durante o governo de Donald Trump. Washington também elabora relatórios sobre censura, manipulação da mídia e intromissão externa na China, com acusações semelhantes.

Em setembro passado, o Departamento de Estado americano emitiu um comunicado alertando para as ameaças à liberdade de expressão global devido às ações de Pequim, como a coleta de dados e a compra de veículos de notícias.

Na última terça-feira (13), a Câmara dos Deputados dos EUA aprovou um projeto de lei que proíbe o TikTok no país – a empresa chinesa ByteDance é a proprietária do aplicativo, que conta com mais de 150 milhões de usuários apenas nos EUA. O relatório critica essa perseguição à plataforma.

“A perseguição ao TikTok cria um precedente preocupante e prejudica a liberdade de mais de 150 milhões de usuários americanos. O governo dos EUA ignora os apelos contrários e está determinado a reprimir a plataforma”, afirma o texto.

O relatório, divulgado no site do Ministério de Relações Exteriores chinês, é dividido em tópicos e em três partes. Na primeira delas, Pequim argumenta que a liberdade de expressão nos EUA “não é realmente livre” e hoje é mais manipulada pelos partidos do que um direito garantido às pessoas.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi. Foto: Cristina Quicler

A China cita pesquisas e relatórios de organizações e veículos americanos, como o Knight Center e o jornal The New York Times, para destacar que a liberdade de expressão nos EUA tem se deteriorado e enfrentado restrições.

Pequim também aponta que os EUA estão “saturados” com desinformação utilizada para manipular a opinião pública e interferir na liberdade de expressão. O relatório critica tanto a perseguição a jornalistas e à imprensa quanto o uso de veículos de mídia para disseminar informações falsas.

Em outro ponto, o relatório menciona o correspondente da CNN na Casa Branca, Jim Acosta, que teve suas credenciais revogadas durante o mandato de Trump após fazer perguntas que desagradaram o então presidente.

Por sua vez, a China acusa a mídia americana de ter uma interpretação tendenciosa dos eventos e de promover uma cobertura parcial das notícias relacionadas à China. O relatório compara a invasão do Capitólio em janeiro de 2021 pelos apoiadores de Trump com a violência ocorrida nas ruas de Hong Kong, que teria sido glorificada pela imprensa dos EUA como uma busca por liberdade e democracia.

Além disso, a China alega que os EUA usam as redes sociais para lançar guerra psicológica junto com operações militares em outros países.

Os EUA “aplicam a liberdade de expressão com ‘dois pesos e duas medidas’, criam cortinas de fumaça e acusam outros países de espalhar ‘informações falsas’ enquanto divulgam informações distorcidas para desviar a atenção da comunidade internacional dos crimes dos EUA”, destaca o relatório.

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