Chorei ao ver o documentário de Petra Costa. Por Ana Sabrosa

Atualizado em 9 de fevereiro de 2020 às 18:52
Petra Costa. Foto: Reprodução

A voz da Petra Costa me comoveu. O seu tom monocórdico e triste me tocou profundamente e encontrou o meu luto por ver a esperança de um país melhor indo pelo ralo, enquanto ratos nadavam em piscinas de água parada e podre, por me deparar com o desmonte de políticas e ações sociais implementadas com muito esforço após décadas (e porque não dizer séculos) de total desleixo e desinteresse dos poderosos pela diminuição das desigualdades.

Foram muitos anos, décadas de luta para alcançar a representatividade do trabalhador da classe operária e oprimida no topo da cadeia alimentar do mundo político. O povo não tem voz. A boca que fala agora, não fala por ele e nem para ele. A democracia, enquanto voz da base da sociedade junto ao poder de Estado está agora em vertigem. Pois a boca que fala, ainda que legitimada na urna, não representa o poder que emana do povo, democracia na verdadeira acepção da palavra.

Em muitos momentos do documentário eu chorei. De tristeza e de indignação. Que o prêmio internacional nos traga alguma alegria. E mais importante: que o mundo saiba que a nossa pátria tem pessoas valentes, guerreiras, que levantam a cabeça e seguem na luta resistindo como pedra. Boa sorte Petra!

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