O tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro “ficou milionário” e se queixou de “perder tudo” durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na oitiva, o ex-ajudante de ordens disse que o chefe “se deu bem”, mas que sua própria carreira estava “desabando”.

O depoimento ocorreu em 22 de março de 2024 após Cid atacar Alexandre de Moraes e a Polícia Federal. À época, o magistrado entendeu que a ação configurava obstrução de Justiça e decretou sua prisão preventiva, além de busca e apreensão em sua casa.

Em áudios veiculados pela revista Veja, Cid afirmou que “todos se deram bem, ficaram milionários”, mas não citou nomes. Moraes questionou sobre a quem se referia e respondeu que “estava falando do presidente Bolsonaro, que ganhou Pix”.

“[Cid respondeu que] estava falando do presidente Bolsonaro, que ganhou Pix, aos generais que estão envolvidos na investigação e estão na reserva. E no caso próprio perdeu tudo. A carreira está desabando”, diz transcrição do depoimento.

A Moraes, o militar ainda disse que era tratado “como um leproso” por amigos e que queria ter “a vida de volta”. Cid ainda alegou que o áudio publicado pela revista representavam um “desabafo” e que estava se sentindo “enclausurado” e “agoniado”, além de ter engordado mais de 10 quilos.

As transferências via Pix recebidas citadas por Cid foram feitas em meio a uma campanha de bolsonaristas, que enviaram um total de R$ 17,1 milhões para as contas do ex-presidente entre janeiro e julho de 2023. O valor foi arrecadado, segundo Bolsonaro, para pagar multas processuais.

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