Cidadãos de bem no banco dos réus: Bolsonaristas que ameaçaram ministro do STF são processados por 4 crimes

Atualizado em 12 de maio de 2020 às 22:03
Bronzeri e Jurandir Pereira Alencar ao deixarem a delegacia no dia do crime

A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra Antonio Carlos Bronzeri e Jurandir Pereira Alencar, que ameaçaram e agrediram moralmente o ministro do STF Alexandre de Moraes. Eles agora estão sendo processados pelos crimes de ameaça, difamação, injúria e perturbação do sossego.

O juiz Márcio Sauandag, da 22ª Vara Criminal de São Paulo, conduzirá o processo. Mas, ao que parece, Bronzeri não está muito preocupado. Embora cumprindo medidas restritivas, como proibição de sair à noite de casa, ele estava ontem gritando contra o isolamento social em ato na Paulista.

Seu grupo quer a renúncia do governador João Doria por implantar a quarentena no Estados. Bronzeri é bolsonarista e também costuma ser visto em atos na região da Paulista que negam a pandemia. “Este vírus não”, disse ele no microfone em frente a prédios de apartamentos na região. “Não aceitam esta mentira. Não vivamos como ratos, escondidos”, afirmou.

Na denúncia criminal contra ele, o Ministério Público relata que grupo de manifestantes se reuniu em frente ao prédio de Moraes para protestar contra a decisão do ministro de suspender a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal e pediu a saída do ministro da Suprema Corte.

Moraes suspendeu a nomeação de Ramagem por entender que feria o princípio da impessoalidade e da moralidade, pois o indicado é amigo pessoal da família Bolsonaro.

A promotora Alexandra Milaré Santos afirmou que os manifestantes permaneceram por cerca de duas horas em via pública e realizou “diversas ameaças à vítima, tais como “você e sua família jamais poderão sair nas ruas deste país, nem daqui a 20 anos”.

Além disso, usaram um caixão para simular a morte do ministro. Ela pediu que as penas sejam agravadas porque os crimes foram cometidos contra funcionário público e a manifesta~]ap ocorreu durante período de calamidade pública em função da pandemia de Covid-19.

Para entender o caso, veja a videorreportagem publicada pelo DCM TV:

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PS: Cidadãos de bem é como os integrantes da Ku Klux Klan se tratam nos Estados Unidos. Homicidas, terroristas, racistas, eles são monitorados de perto pelo FBI por representarem uma ameaça à democracia, à lei e à ordem.