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Cidades do litoral de SP arrasadas pela chuva receberam R$ 700 mi de royalties do petróleo

Temporal no litoral norte de São Paulo causa deslizamentos e acidentes em São Sebastião
Foto: Reprodução/Instagram

As cidades litorâneas localizadas próximas a pontos de extração de petróleo em alto mar possuem um incremento em seu orçamento vindo dos royalties, uma compensação financeira que as empresas do setor, principalmente a Petrobras, pagam para União, estados e municípios. Em 2022, cinco cidades do litoral paulista devastadas pelas chuvas do último final de semana que decretaram estado de calamidade pública receberam mais de R$ 700 milhões em royalties.

O montante teve um aumento de 17% em relação a 2021, com a alta do preço internacional do petróleo. Ilhabela está no topo da lista com quase metade do valor, seguida por São Sebastião, Caraguatatuba, Bertioga e Ubatuba. 

“Eles podiam, além de guardar uma parte do dinheiro que eles arrecadam com o petróleo, para construir mecanismos de defesa e de prevenção desse tipo de acidente”, disse o consultor econômico Raul Velloso ao Jornal da Band.

Além disso, segundo reportagem da emissora de TV, um dos possíveis investimentos preventivos seria tirar os moradores das áreas de risco e, então, criar novas soluções de engenharia que auxiliariam no escoamento da água. As cidades da região estão sofrendo inúmeros problemas por causa do “despreparo”.

“O princípio da lei foi esse: se o petróleo é finito, vamos investir de tal maneira que essas cidades que forem impactadas, cidades e estados, elas consigam sobreviver, então vamos investir em coisas de estrutura. Eu entendo que malha viária, segurança da população, educação e saúde são estruturantes”, disse Eberaldo Almeida, um especialista do setor do petróleo.

Moradores de Boiçucanga, praia fortemente afetada pelo temporal do fim de semana no litoral norte paulista, ainda estão sem água para beber. Para garantir o abastecimento da população, a associação de pescadores local se organizou para transportar garrafas de água até lá. A situação ainda não voltou ao normal.

“O problema brasileiro não é a falta de recursos. É um problema de como você aloca isso e a eficiência no uso de recursos. Quando você tem um anúncio, a previsão de que vai haver uma precipitação, a região não é evacuada, as pessoas não são prevenidas. Não há um trabalho para evitar as quarenta mortes. Esse é o ponto central”, concluiu o cientista político Fernando Schuler em entrevista ao jornal.

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Kaique Moraes

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