
A cineasta brasileira Bárbara Marques foi libertada na noite de quinta-feira (16) após um mês detida pela imigração dos Estados Unidos. A informação foi confirmada por seu marido, o estadunidense Tucker May, em publicação nas redes sociais. Sua detenção ilegal foi noticiada em primeira mão pelo DCM em setembro.
Natural de Vitória (ES), Bárbara havia sido presa em 16 de setembro, após comparecer a uma entrevista no escritório do Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS) no centro de Los Angeles, na Califórnia, para dar prosseguimento ao processo de obtenção do green card, o documento que concede residência permanente nos EUA.
“Estou muito feliz em dizer que Bárbara está de volta para casa! Agradecemos a todos que nos ofereceram palavras gentis, nos mantiveram em seus pensamentos ou nos ajudaram com nossas campanhas telefônicas para garantir que tivéssemos o devido processo legal que todos merecem”, escreveu Tucker. O perfil da cineasta também compartilhou a mensagem, confirmando o reencontro do casal.
Bárbara Marques é formada em cinema pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Atuou como atriz e produtora antes de dirigir seu primeiro longa, Dias de Cosme e Damião (2016), seguido por Cartaxo (2020) e PRETAS (2021). Reconhecida por abordar temas ligados à cultura afro-brasileira e à ancestralidade, ela vive em Los Angeles desde 2018, onde buscava consolidar sua carreira internacional.
Segundo o relato de Tucker, a prisão ocorreu de forma inesperada. Após a entrevista no USCIS, um funcionário pediu que Bárbara o acompanhasse até outra sala para entregar uma cópia de seu passaporte, mas ela não retornou. “Pouco depois consegui falar com ela, e ela estava algemada e chorando muito”, contou.
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Segundo o marido, os agentes do serviço de imigração (ICE) informaram que a detenção se devia a uma ausência em uma audiência de regularização de visto em 2019, que teria resultado em uma ordem de deportação automática.
O advogado Marcelo Gondim, que representa o caso, explicou que Bárbara entrou nos EUA com visto de turista em 2018 e, próximo ao vencimento, solicitou uma extensão. “Ela não foi notificada da negativa nem da data da audiência, provavelmente porque mudou de endereço”, afirmou o advogado. Com isso, o governo estadunidense considerou que ela havia descumprido as regras migratórias.
Durante a detenção, Bárbara ficou sob custódia do ICE em um centro de detenção na Califórnia. Tucker relatou que ela se sentiu aterrorizada com o tratamento recebido e que, mesmo sem antecedentes criminais, foi mantida em condições severas. “Ela ficou com medo o tempo todo. Só agora conseguimos respirar”, disse ele.