Cineasta português ataca STF em documentário bolsonarista repleto de fake news

Atualizado em 28 de julho de 2025 às 12:15
O jornalista português Sérgio Tavares – Foto: Reprodução

O documentário “The Fake Judge”, promovido pela extrema direita e apresentado em entrevista à Gazeta do Povo, é mais uma tentativa de reescrever os ataques golpistas de 8 de Janeiro em uma narrativa vitimista e mentirosa. A obra, narrada em inglês e com estreia marcada para agosto, retrata criminosos como “refugiados políticos” e ataca diretamente o ministro Alexandre de Moraes, em um esforço coordenado para deslegitimar o STF e exportar o discurso bolsonarista de perseguição ao exterior.

Entrelinhas: O filme vai estrear com um atraso de dois meses. Os acontecimentos mais recentes serão incluídos?
Sérgio Tavares: 
Ainda bem que atrasou dois meses, porque assim o documentário já vem atualizado com as últimas atrocidades que foram acontecendo no Brasil. É um documentário em língua inglesa para que o mundo saiba o que se passa por aí.

Entrelinhas: Você disse que o documentário superou suas expectativas. Em que sentido?
Sérgio Tavares: 
Saiu muito melhor do que eu esperava. Eu fico arrepiado de ver. Acredito que ajudará a impedir a prisão de Bolsonaro e que ajudará a colocar Alexandre de Moraes um dia atrás das grades.(…)

Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Entrelinhas: Você costuma falar em “percurso promíscuo” de Alexandre de Moraes. Como isso aparece no filme?
Sérgio Tavares: 
Mostro que ele foi colocado na política pelas mãos de Geraldo Alckmin e de Lula da Silva. Eles pegaram um advogado e o levantaram para a política. Curiosamente, foi Alexandre de Moraes que depois os colocou no poder.

Entrelinhas: O 8 de janeiro é ilustrado no filme?
Sérgio Tavares:
 Sim. Após o que considero golpe eleitoral, abordo a cilada do 8 de janeiro e a questão dos refugiados políticos.

Entrelinhas: Por que você afirma que esse documentário “não podia ser feito por nenhum brasileiro”?
Sérgio Tavares:
Porque fala explicitamente de corrupção, de narcotráfico, redes criminosas. Se fosse feito por um brasileiro, ele seria preso ou morto. Tinha que ser alguém estrangeiro, com disponibilidade para viajar um ano e meio, percorrer dez países, gastar mais de 50 mil euros, ter conhecimento profundo do Brasil e sentir na pele a perseguição, como eu senti.(…)