
Amigos e familiares se reuniram neste sábado no Instituto Terra, em Aimorés (MG), para a cerimônia de despedida do fotógrafo Sebastião Salgado, que morreu aos 81 anos. O local, fundado por ele e por sua esposa, Lélia Wanick Salgado, foi escolhido para receber suas cinzas, que serão depositadas nas raízes da Mata Atlântica replantada pelo casal ao longo de mais de duas décadas de trabalho de restauração ambiental.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, presente no evento, destacou o simbolismo do gesto, classificando-o como expressão da “fé inabalável na regeneração da vida” que guiou Salgado em suas ações. “O legado de Sebastião Salgado seguirá vivo, inspirando-nos a defender o meio ambiente e a dignidade humana com a mesma paixão que sempre o guiou”, escreveu Mendes em suas redes sociais.
O Instituto Terra, criado em 1998, recuperou milhares de hectares de áreas degradadas no Vale do Rio Doce e se tornou referência mundial em projetos de reflorestamento. Para muitos presentes, o retorno das cinzas do fotógrafo à floresta que ele ajudou a recriar simboliza a união entre sua obra fotográfica e seu compromisso ambiental.
Hoje, no Instituto Terra, amigos e familiares se reúnem para a cerimônia de despedida de Sebastião Salgado, fotógrafo que eternizou em imagens as dores e esperanças da humanidade. Suas cinzas serão depositadas nas raízes da Mata Atlântica que ele e Lélia ajudaram a replantar,…
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) August 16, 2025
Sebastião Salgado morreu aos 81 anos, em 23 de maio de 2025, vítima de complicações de um distúrbio sanguíneo causado por malária contraída na Indonésia. A doença, que o acompanhava havia anos, já havia o afastado do trabalho de campo em 2024, quando anunciou publicamente que seu corpo sentia “os impactos de anos de trabalho em ambientes hostis e desafiadores”. Desde então, dedicava-se integralmente a projetos no Instituto Terra, ao lado da esposa, Lélia Wanick Salgado.
O Instituto Terra foi o responsável por confirmar a morte e, em nota, destacou que Salgado foi “muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo”, lembrando sua atuação como defensor da restauração ambiental e dos direitos humanos. A notícia gerou grande comoção no Brasil e no exterior, com homenagens de autoridades, artistas e organizações internacionais, que ressaltaram seu papel único na história da fotografia e na preservação da Mata Atlântica.