Ciro e o incrível talento para babaquices à esquerda e à direita. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 7 de fevereiro de 2019 às 22:33

 

A agressão covarde de Ciro Gomes a Lula não vai lhe render votos à direita para ele se viabilizar como um representante do “centro”.

O bordão cafajeste de seu irmão Cid (“Lula tá preso, babaca”), repetido num evento da UNE, apenas mostra um sujeito destemperado e inconfiável (por que não toma um Rivotril ou procura um terapeuta?).

Desagrada um lado e outro e sai perdendo em ambos.

Nas redes, Carlos Bolsonaro escreveu que Ciro “vai jogando e tentando na maior cara de pau se afastar do irmão lula, ‘esquecendo’ propositalmente de tudo que já fez pelo presidiário, montando uma narrativa de opção para 2022 e tem gente mordendo a isca direitinho”.

Ciro é um político experiente, sem grandes escândalos de corrupção, um homem articulado, inteligente e tecnicamente preparado.

O personalismo e o mau gênio impedem que ele enxergue o big picture e a si mesmo.

Em 2017, Ciro insistiu na conversa de que Lula era “o grande responsável por este momento político trágico que o Brasil está vivendo”.

Segundo o então pré-candidato do PDT, Lula “passionaliza imediatamente o ambiente, radicaliza uma divisão entre brasileiros simpatizantes do Lula e brasileiros que o odeiam”.

Lula “racha o país em bases odientas, rancorosas, violentas, como nós estamos assistindo aos lulistas e antilulistas. E o país não tem ambiente para discutir seu futuro”.

Como você une uma nação chamando um homem preso de babaca é um mistério.

Ecoar xingamentos estúpidos não tem nada a ver com “pautar o debate em relação à compreensão dos problemas brasileiros”, como ele mesmo prega.

Tem a ver com o Ciro e explica por que ele não sai do mesmo lugar, nas urnas, desde 1998.