Ciro fica ainda mais isolado com fracasso de alianças do PDT no Sul

Atualizado em 29 de julho de 2022 às 11:50
Presidenciável Ciro Gomes (PDT) Foto por: Reprodução

O PDT, partido do ex-ministro e candidato a Presdiência Ciro Gomes, sofreu um duplo revés nos últimos dias em estados da região Sul. Com dificuldades de montar palanques regionais para o seu candidato a presidente, o partido pode abrir mão de ter um nome próprio na disputa pelo governo gaúcho e passou a negociar uma aliança com o MDB.

Caso o acordo no Rio Grande do Sul se concretize, pode se tornar um obstáculo tanto para Ciro, que perderá um palanque regional exclusivo, quanto para o pacto nacional dos emedebistas com o PSDB. Os tucanos exigem que o MDB abra mão da candidatura de Gabriel Souza para apoiar a tentativa do ex-governador Eduardo Leite (PSDB) de voltar ao Palácio Piratini.

Já em Santa Catarina, a legenda foi rifada da chapa pelo PT, que pretende abrir espaço para o PSB, seu aliado na eleição nacional.

O pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PDT, o ex-deputado Vieira da Cunha, se reuniu na quarta-feira com Souza para negociar apoio ao emedebista. Hoje, ele apresentou seu nome como pré-candidato ao Executivo gaúcho — indo contra a direção nacional da sigla, que defende a manutenção do acordo com o PSDB.

Os dois partidos vão fazer suas convenções estaduais neste fim de semana; o PDT no sábado, e o MDB no domingo. Segundo dirigentes das duas siglas, mesmo com os eventos, as negociações continuam. Se o acordo entre PDT e MDB for concretizado, Ciro terá que dividir o palanque com a senadora Simone Tebet (MDB-MS), também postulante ao Palácio do Planalto.

“Na conversa com o MDB, nós colocamos como condicionante o apoio a Ciro, e o MDB disse que não haveria nenhum problema em fazer um palanque duplo junto com a Simone”, disse Vieira da Cunha ao GLOBO. “Todos os passos que tenho dado têm sido dados com a ciência tanto do presidente Lupi quanto do nosso candidato à Presidência, Ciro Gomes. Eles estão sendo informados no detalhe. Estamos perfeitamente afinados.”, completou.

Em outro estado no Sul, um outro revés para o PDT foi o rompimento do acordo que tinha com o PT em Santa Catarina. Com aval de Ciro, os pedetistas tinham combinado ficar com a vaga ao Senado na chapa de Décio Lima, candidato petista ao governo catarinense. Em nome da aliança nacional com o PSB, porém, o PT de Santa Catarina agora apoiará a reeleição do senador Dário Berger (PSB-SC), deixando o PDT sem lugar na aliança.

A aliança entre PT e PDT no estado havia sido anunciada pelo presidente pedetista de Santa Catarina, o ex-ministro Manoel Dias, em meados de junho. O objetivo era garantir a Ciro um palanque competitivo no estado, mesmo que para isso fosse preciso dividi-lo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na disputa ao governo do estado, nomes próximos ao presidente Jair Bolsonaro (PL) estão à frente na corrida — como o atual governador Carlos Moisés (Republicanos), o senador bolsonarista Jorginho Mello (PL), e o ex-prefeito de Florianópolis Gean Loureiro (União Brasil). No polo da esquerda, é Décio quem tem a maior intenção de votos.

Por uma decisão nacional do PT, eles jogaram fora uma negociação de mais de dois anos. Obedecendo uma ordem nacional, fizeram com que fosse em vão a construção de dois anos para convencer que a esquerda se unisse”, criticou Manoel Dias

Apesar do fim do acordo com o PDT, o PT catarinense ainda espera ter os pedetistas no palanque de Décio. Uma possibilidade é entregar a vaga de vice na chapa majoritária a eles. No entanto, Dias, que também é secretário-geral do PDT, rechaça essa possibilidade. “Os nossos planos era indicar o senador, porque o senador tem um palanque majoritário. Com isso, poderíamos dar palanque a Ciro”.

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