
A futura entrada de Ciro Gomes no PSDB e seus ataques reiterados ao PT no Ceará revelam uma estratégia clara: disputar o eleitorado bolsonarista que se consolidou no estado nos últimos anos. O movimento, entretanto, levanta dúvidas sobre sua eficácia eleitoral e o impacto para um partido já fragilizado nacionalmente. Dirigentes tucanos cearenses acreditam que o ex-ministro pode turbinar candidaturas proporcionais, mas os métodos adotados por ele repetem um estilo de confronto que já lhe rendeu derrotas e processos judiciais.
Com ataques de baixo nível contra figuras como Camilo Santana e Janaína Farias, Ciro tenta se projetar como a alternativa da extrema-direita no Ceará. A estratégia aproxima seu discurso do de Jair Bolsonaro, a ponto de aliados locais admitirem que o ex-pedetista se tornou uma espécie de “versão nordestina” do ex-presidente.
No tabuleiro tucano, o risco é ainda maior. Ciro já destruiu pontes com partidos aliados no passado e agora ameaça implodir o PSDB por dentro. O partido, que luta para manter cadeiras na Câmara dos Deputados e superar a cláusula de barreira, pode ver no Ceará tanto um espaço de renovação quanto um campo minado. Se a aposta não se traduzir em votos, a legenda corre o risco de perder ainda mais representatividade.
Para além do cálculo eleitoral, o estilo cada vez mais truculento de Ciro, somado ao desgaste de sucessivas derrotas desde 1998, indica que dificilmente ele encontrará espaço para se eleger novamente a cargos executivos. O resultado é um político suicida, desequilibrado, marcado pela incapacidade de construir alianças duradouras e viáveis.
Que várzea!
Ciro Gomes adota a baixeza bosonarista como discurso político. pic.twitter.com/87luN8xWg3— Angelma Santos 🚩🚩🚩 (@angelma_santos) August 18, 2025