Civis são 61% das mortes em ataques aéreos em Gaza, mais que em todos os conflitos mundiais do século 20

Atualizado em 9 de dezembro de 2023 às 18:55
Ataque de Israel a civis em Gaza

O recente estudo publicado por um jornal israelense concluiu que a atual campanha de bombardeios aéreos de Israel em Gaza é a mais indiscriminada em termos de vítimas civis dos últimos anos. Este estudo foi realizado enquanto as forças israelenses intensificavam seus ataques no norte de Gaza e na cidade de Rafah, na fronteira sul com o Egito.

De acordo com os relatórios, somente nas últimas 24 horas, houve um número significativo de mortes, com 71 corpos recebidos no principal hospital de Gaza, em Deir al-Balah, e outros 62 corpos no hospital Nasser, em Khan Younis.

O Haaretz, jornal que conduziu a análise, apontou um aumento na proporção de civis mortos nos ataques aéreos. Em comparação com campanhas anteriores em Gaza de 2012 a 2022, em que a proporção de mortes civis era de cerca de 40%, a operação atual, chamada Espadas de Ferro, registrou um aumento para 61%.

Este número é significativamente maior do que a média de vítimas civis em conflitos globais no século 20.

Além disso, investigações recentes de dois sites de notícias israelenses sugerem que Israel estava atacando deliberadamente blocos residenciais para causar vítimas civis em massa.

Essas ações têm causado críticas globais e colocaram pressão na administração Biden, especialmente após o veto dos EUA a uma resolução do conselho de segurança da ONU para um cessar-fogo.

A Human Rights Watch disse que os EUA arriscavam “cumplicidade em crimes de guerra” ao continuarem a fornecer armas e apoio diplomático a Israel. “Com este veto, o governo dos EUA está vergonhosamente a virar as costas ao imenso sofrimento civil, ao impressionante número de mortos e à catástrofe humanitária sem precedentes em Gaza”, disse Paul O’Brien, diretor executivo da Anistia Internacional nos EUA.

Enquanto as autoridades norte-americanas destacam seu papel em facilitar entregas humanitárias para Gaza, a ONU e outras agências alertam que a ofensiva terrestre e a falta de segurança continuam a impedir a distribuição eficaz de suprimentos essenciais, aumentando o risco de fome e doenças. A situação continua tensa, com tentativas fracassadas de resgate de reféns e crescente preocupação humanitária.