Claire Danes e o terrorismo, o transtorno bipolar e o marido curioso

Atualizado em 14 de outubro de 2012 às 0:54

Um papo com a talentosíssima atriz principal da série ganhadora do Emmy de 2012

 

Alemão, naturalizado canadense, Harold Von Kursk já escreveu para diversas revistas americanas e europeias. Aos 52 anos, tem uma vasta experiência entrevistando as maiores estrelas de Hollywood. Ele conversou com a atriz americana Claire Danes, soberba no papel de uma agente da CIA na série Homeland, grande sensação do Emmy deste ano:

Ser a estrela da série preferida de Barack Obama tem suas vantagens e Claire Danes nunca se sentiu melhor sobre sua carreira ou sua vida do que agora. Como a estrela da aclamada série Homeland, Claire estabeleceu-se como uma das melhores atrizes de Hollywood. Ganhou um Emmy por seu trabalho como a analista bipolar da CIA Carrie Mathison apenas um ano depois de ganhar o mesmo prêmio por seu trabalho interpretando uma mulher autista em Temple Grandin.

Homeland tem encantado espectadores com um enredo central dinâmico: o personagem de Claire é obcecado pelo fuzileiro naval Nicholas Brody (o britânico Damian Lewis), que retornou aos EUA depois de oito anos em cativeiro da Al-Qaeda. Será ele um terrorista ou um herói de guerra?

A ex-estrela infantil e protagonista de filmes como Romeu e Julieta tem apenas um grande medo: ver seu casamento acabar por não poder contar ao marido, fã de Homeland, o que vai acontecer.

Q: Há muita tensão em interpretar uma bipolar como Carrie?

É apenas desgastante. Você tem de colocar tanta energia. Com Carrie, o meu desafio é manter os níveis de variação de obsessão e fixação. Ela não está apenas preocupada com a luta contra o terrorismo, mas também tem de cuidar de sua doença e de não perder o controle. Ela está em um estado constante e crônico de alerta máximo.

 

Q: Como você pesquisou para seu papel na CIA?

Fui apresentada a uma mulher de alto escalão da CIA que me levou para a sede em Langley (Virgínia) e falou-me de alguns detalhes sobre sua experiência e o tipo de operações que eles realizam. Eu cheguei a conhecer o chefe da divisão de inteligência da CIA no Paquistão, que tinha acabado de voltar e estava profundamente envolvido no assassinato de Bin Laden.

 

Q: Você aprendeu alguma coisa sobre o trabalho de inteligência?

Nada que eu possa falar (Risos).

 

Q: Você também fez um monte de pesquisas sobre o transtorno bipolar.

Sim. Não é assim tão fácil entender a doença porque ela se manifesta de muitas maneiras diferentes e os médicos ainda estão tentando entender mais sobre o assunto para tratá-la de forma mais eficaz. Conheço vários psicólogos. Passei um bom tempo com uma mulher que é bipolar e tem escrito extensivamente sobre a doença. Eu também tenho um bom amigo psiquiatra que diagnosticou o personagem e receitou até mesmo o tipo de medicamento que ela estaria tomando.

 

Q: Por que é melhor trabalhar na TV do que no cinema?

Não faz muito tempo havia um certo estigma ligado a trabalhar em uma série de TV. Era visto como um sinal de fracasso. Mas o ambiente mudou completamente. Basta olhar para o número de séries em circulação. Breaking Bad, Mad Men e Boardwalk Empire são soberbamente escritas e fazem parte desse renascimento da TV que já se arrasta há alguns anos. Eu adorava assistir The Wire e esses tipos de programas estão abrindo espaço e criando oportunidades incríveis para atores.
HAROLD VON KURSK