Cloroquina matou mais de 17 mil pessoas na pandemia, diz estudo

Atualizado em 6 de janeiro de 2024 às 16:40
Jair Bolsonaro defendeu uso de cloroquina na pandemia. Foto: Reprodução

Criada para tratar malária, a utilização da cloroquina contra a Covid-19 resultou em um aumento na mortalidade de pacientes em todo o mundo. O dado é de um estudo publicado na revista Biomédicine et Pharmacotherapy na última terça (2).

O levantamento, conduzido por pesquisadores de Lyon, na França, e do Canadá, mostra que durante a primeira onda de Covid-19, 16.990 pessoas faleceram devido ao uso da cloroquina em apenas sete países. Entre esses países, os Estados Unidos lideraram com 12.739 mortes, seguidos por Espanha (1.895), Itália (1.822), Bélgica (240), França (199) e Turquia (95).

O estudo, no entanto, não considerou dados de dois países que, junto com os Estados Unidos, apresentaram os maiores índices de mortalidade por Covid-19 globalmente: o Brasil, com 630 mil vítimas fatais, e a Índia, ocupando o terceiro lugar com aproximadamente 500 mil mortes.

Bolsonaro é condenado por crime contra a humanidade cometidos durante a pandemia da covid-19
Foto: Adriano Machado/Reuters

A pesquisa enfatiza que esses números provavelmente subestimam significativamente a quantidade real de mortes relacionadas à hidroxicloroquina em todo o mundo. O medicamento quando administrado em pacientes com Covid-19 acarretou em problemas cardíacos e não cardíacos, conforme evidenciado pelo estudo.

Os pesquisadores, durante o período de março a julho de 2020, analisaram o aumento na taxa de mortalidade entre pacientes tratados com cloroquina, baseando-se no total de pacientes hospitalizados com Covid-19, a respectiva taxa de mortalidade e a frequência de prescrição da cloroquina.

O estudo foi motivado pela publicação de dados na revista Nature, em 2021, que indicavam um aumento de 11% na taxa de mortalidade associado à prescrição de cloroquina.

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