
Uma entrevista transmitida pela CNN na quarta (1º) com um suposto líder do Cartel de Sinaloa virou um clássico instantâneo.
O jornalista David Culver conversou no banco traseiro de uma SUV com um homem mascarado que se apresenta como membro da temida organização mexicana de El Chapo.
O roteiro é uma cascata. O personagem diz que já matou pessoas, mas que se considera “um homem bom”. Afirma que resolveu dar entrevista para desestimular jovens a entrar no crime. O efeito da voz do sujeito, a fantasia e o cenário fedem a picaretagem.
O ponto alto da palhaçada: o “narco” — de óculos escuros, boné e luvas — afirma que as políticas de fronteira de Donald Trump estão atrapalhando os negócios do cartel, encarecendo o preço da travessia de migrantes e dificultando o contrabando. Sim, claro que estão. Grande Donald.
A TV brasileira está fazendo escola.
Em 2003, o falecido apresentador Gugu Liberato colocou no ar uma “entrevista” com dois supostos integrantes do PCC. Os homens encapuzados ameaçavam autoridades e jornalistas, mas depois descobriu-se que não passavam de figurantes recrutados pela produção do programa “Domingo Legal”.
O escândalo gerou processos, multas, suspensão do programa e a credibilidade de Gugu — que nunca existiu, aliás.
Acreditar que um líder de cartel, em plena perseguição internacional, se sentaria diante de uma câmera para admitir crimes e ainda elogiar as políticas de um presidente americano é muito para a cabeça. A que ponto chegaram os EUA.
CNN to a Senior Leader of the Sinaloa Cartel: “Do you think what President Trump has been doing has been making your job tougher?”
SINAOLOA CARTEL: Yes.
GOOD! pic.twitter.com/CFgxuVXX2n
— RNC Research (@RNCResearch) September 30, 2025
a entrevista falsa q “o pcc” deu pro gugu já vai fazer 15 anos e vcs achando q descobriram fakenews. Melhorem pic.twitter.com/g33CcDux47
— cacau (@cacaucb) July 4, 2017