
A Polícia Civil de São Paulo investiga a morte do advogado criminalista Luiz Fernando Pacheco, de 51 anos, ocorrida na madrugada de quarta-feira (1º) no bairro de Higienópolis. Imagens de câmeras de segurança analisadas pelos investigadores mostram que o cofundador do grupo Prerrogativas foi abordado por um casal que tentou roubar seu celular. Com informações da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
O homem agrediu Pacheco com socos e um golpe de judô, após a reação do advogado, que caiu no chão e não voltou a se mover. A principal linha de apuração é a de latrocínio, roubo seguido de morte.
Testemunhas relataram que Pacheco havia consumido cerveja e cachaça com mel em um bar antes de deixar o local sozinho. Ele aparece nas imagens caminhando de forma instável até se sentar na rua, onde permaneceu por cerca de 20 minutos utilizando o celular. O casal de jovens foi flagrado tentando subtrair o aparelho, agredindo o advogado e em seguida mexendo em seus bolsos. Após o crime, eles deixaram a cena.
Pouco tempo depois, um motorista parou para tentar socorrer o advogado e acionou a Polícia Militar e o Samu. Pacheco foi levado ao pronto-socorro da Santa Casa, mas não resistiu e morreu às 1h40. Ele não portava documentos, e sua identificação só ocorreu na manhã de quinta-feira (2), após exame papiloscópico do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt. A família e os colegas foram informados em seguida.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), divulgou nota de pesar, ressaltando a trajetória do advogado. “Pacheco dedicou sua vida ao direito de defesa, atuando sempre com rigor técnico e ético necessários à advocacia”, afirmou. A OAB de São Paulo também se manifestou. O presidente da entidade, Leonardo Sica, disse que a ordem está em luto profundo pela perda de um “advogado brilhante, defensor das boas causas e amigo de todos”.
O grupo Prerrogativas destacou sua atuação combativa e solidária. “Era um dos criminalistas mais brilhantes do país, da escola de Márcio Thomaz Bastos, e vivia um momento muito feliz de sua vida, com participação ativa na OAB de SP e no Prerrogativas”, disse o coordenador Marco Aurélio de Carvalho. A notícia causou consternação entre colegas da advocacia criminal.
Com mais de 20 anos de carreira, Pacheco iniciou sua trajetória em 1994 no escritório de Márcio Thomaz Bastos, tornando-se sócio em 2000. Foi advogado de José Genoino no caso do mensalão, episódio em que discutiu com o então presidente do STF, Joaquim Barbosa, em sessão plenária.
Em 2013, fundou seu próprio escritório, onde atuava de forma independente, mantendo parcerias históricas. Sua morte representa uma perda de destaque para a advocacia criminal brasileira.