Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Brasil passou a importar mais da Arábia Saudita. O ex-presidente promoveu uma aproximação entre os países e impulsionou as trocas comerciais nos últimos anos. Ele também trouxe a promessa de investimentos que não saíram do papel até hoje. A informação é do jornal O Globo.
Em 2019, Bolsonaro visitou Riade, capital do país, e assinou acordo para que o Fundo de Investimento Público saudita aplicasse até US$ 10 bilhões em projetos no Brasil. Quatro anos depois do encontro, nenhum aporte foi feito.
O ex-presidente criou um comitê interministerial para “promoção de comércio e investimentos” entre Brasil e Arábia Saudita um mês depois da viagem. No ano passado, a Câmara de Comércio Exterior, ligada ao Ministério da Economia, aprovou a negociação de um acordo de cooperação para facilitar investimentos sauditas.
Os gestos do governo Bolsonaro estimularam o setor empresarial a ampliar os negócios com o país e fizeram as importações da Arábia Saudita baterem recorde em 2022: R$ 5,3 bilhões. O Brasil era a 40ª nação que mais comprava dos sauditas em 2018 e saltou para o 27º maior parceiro do reino após a gestão do ex-presidente.
A compra de fertilizantes foi uma das operações com maior alta no período do governo anterior, quase triplicando de valor: US$ 321 milhões para US% 867 milhões no ano passado. O produto mais comprado dos sauditas é o petróleo, sendo de US$ 3,2 bilhões gastos com o produto, o que equivale a 60% do total desembolsado em compras no país.
O governo do ex-presidente recebeu presentes da família real saudita. Uma comitiva do governo recebeu duas caixas com joias em 2021: uma delas ficou com Bolsonaro, enquanto a outra foi apreendida pela Receita Federal.